Casos da USP começam a ser resolvidos pela polícia
Os três casos que ocorreram recentemente dentro da Universidade de São Paulo (USP), campus São Carlos, já estão sendo concluídos pela Polícia Civil, mas continuam em processos administrativos pela instituição.
Entre as ocorrências registradas está o episódio dos três estudantes que ficaram nus dentro do campus no dia 26 de fevereiro, quando ocorria o trote de calouros, conhecido como Miss Bixete. Na ocasião, a Frente Feminista de São Carlos protestava contra a realização do trote contra as estudantes, no mesmo momento em que outros estudantes passaram a tirar a roupa e fazer gestos obscenos para as protestantes.
Na última quarta-feira, 3, aconteceu a audiência no Fórum onde os três estudantes foram julgados e condenados pela ação de ato obsceno, a prestar a pena de transição de 30 horas de serviços comunitários que serão definidos pela central de medidas e penas alternativas. A entidade que receber os serviços dos estudantes terá que emitir relatórios diários que comprovem o cumprimento da pena.
ESTUPRO – Quanto ao caso do suposto estupro ocorrido no dia 4 de março no alojamento estudantil, o delegado Aldo Donisete Del Santo diz que testemunhas ainda estão sendo ouvidas e o Termo Circunstanciado, sendo concluído, será encaminhado ao fórum para apreciação do Poder Judiciário.
O delegado comenta que o último relato da vítima já não condiz com um ato de violência sexual, mas que o estudante pode ter sofrido algum tipo de provocação por parte dos demais, o que o levou a fazer a falsa ocorrência.
No dia 18 do mesmo mês, o jovem voltou a prestar um depoimento à polícia, contradizendo a primeira versão apresentada. O rapaz afirmou que não foi obrigado a tirar a roupa e não sofreu violência e que ainda teve a opção de sair do local. A audiência no fórum deverá ser marcada para final de abril ou início de maio.
ACIDENTE – Na fatalidade ocorrida no dia 13 de março, quando um galho de árvores veio a ceder e cair em cima da estudante de Doutorado, Giseli Aparecida Braz de Lima, de 30 anos, do Instituto Ciências Matemáticas e Computação, que veio a falecer no local, Del Santo comenta que ainda aguarda os últimos laudos da perícia sobre o acidente.
Mas já posiciona que, por se tratar de um acidente provocado pela natureza, nenhum inquérito criminal será aberto. Apenas haverá a opção de uma ação civil, por parte da família, caso reivindique alguma indenização da instituição.
A estudante era da cidade de Igaraçu do Tietê e fazia doutorado em Matemática Aplicada. Ela foi enterrada na cidade natal no dia 14 de março.
POSICIONAMENTO DA USP
Nos casos do Miss Bixete e a morte da Aluna do ICMC, seguem em trâmite o processo administrativo e a sindicância, respectivamente.
Como prevenção, a vistoria e as podas regulares continuam sendo feitas e como medida complementar, está sendo contratado o serviço do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) para realizar um mapeamento de risco nos campi 1 e 2.
No caso da acusação de estupro, considerando o fato de que, em novo depoimento à policia, o aluno desmentiu a primeira versão, o processo de sindicância para apuração do fato foi aberto pela Prefeitura do Campus USP de São Carlos e está em trâmite desde março.
A instituição ainda ressalta que toda e qualquer informação que possa contribuir para elucidar os fatos será incluída nessa investigação administrativa.
