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Celebração de 100 anos do nascimento de Paulo Freire

Professor são-carlense, João Virgílio (UFSCar) realiza abertura de evento

25/04/2021 16h18 - Atualizado há 3 anos Publicado por: Redação
Celebração de 100 anos do nascimento de Paulo Freire Fotos: Divulgação

O professor associado no Departamento de Educação da UFSCar, credenciado no Programa de Pós-Graduação em Educação, na linha de História, Filosofia e Sociologia da Educação da Universidade Federal de São Carlos, João Virgilio Tagliavini, realizou no último dia 20 de abril palestra de abertura Programa de Celebração dos 100 anos de nascimento de Paulo Freire, promovido pelo Instituto Nacional de Pesquisa e Promoção dos Direitos Humanos (INPPDH), que tem como objetivo oferecer o curso de extensão ‘Paulo Freire e Direitos Humanos: Encontros para uma educação emancipatória’.

O Instituto realizará até o próximo dia 13 de maio uma série de seminários, promovendo debates e estudos sobre textos publicados pelos autores do livro: Paulo Freire e os Direitos Humanos (organizado pelos professores César Nunes e José Renato Polli), lançado no início do ano, já em comemoração aos 100 anos de Paulo Freire. Os 100 anos de nascimento de Freire serão comemorados no dia 19 de setembro, dia em que o educador faria 100 anos.

A OBRA – O grande educador Paulo Reglus Neves Freire é um grande destaque mundial nas áreas educacional, social e política, sendo um dos pilares da educação libertadora e popular. Freire foi o idealizador e criador da pedagogia crítica, que se fundamenta no ideal de educação livre, de importância consolidada na academia, deixando grande legado para práticas educadoras libertadoras, feitas com o povo, com os oprimidos e com as classes populares, como concepção de uma educação libertadora contra a opressão e os opressores.

A obra: Paulo Freire o os Direitos Humanos, traz 28 estudos, de 38 pesquisadores brasileiros e portugueses, que analisam a obra e o pensamento educacional de Freire, e suas relações com direitos humanos, entre esses autores educadores, estão os são carlenses: Prof. Dr. João Virgilio Tagliavini e Prof. Dra. Maria Cristina Braga Tagliavini (Diretora de Graduação do UNICEP), que fizeram uma releitura da obra: Pedagogia do Oprimido, com base fundamental da luta em favor dos Direitos Humanos.

Paulo Freire é um grande ícone na defesa da educação pública de qualidade, direito e acesso à educação de qualidade, direitos humanos. Autor da obra “Pedagogia do Oprimido”, entre muitas outras, Paulo Freire é um dos teóricos mais citados em trabalhos na área de humanas, em nível mundial. Reconhecido pelo método de alfabetização desenvolvido na década de 1960 e aplicado com sucesso entre cortadores de cana-de-açúcar em Angicos, no Rio Grande do Norte, o pernambucano é Patrono da Educação Brasileira desde 2012.

O professor João, convidado para a abertura desse importante evento, falou ao Jornal primeira Página:

PIMEIRA PÁGINA – Como foi receber o convite para participar da abertura das comemorações dos 100 anos de Paulo Freire, pelo INPPDH?

JOÃO VIRGÍLIO – Eu tenho muito orgulho de ter sido convidado para fazer a abertura do Curso “Paulo Freire e os Direitos Humanos: encontros por uma Educação Emancipatória”, iniciativa do Instituto Nacional de Pesquisa e Promoção de Direitos Humanos, de Campinas. Fiz uma síntese do artigo de minha autoria e de autoria de Maria Cristina Braga Tagliavini, do livro Paulo Freire e os Direitos Humanos, intitulado “Os direitos humanos em Paulo Freire: os oprimidos também têm direitos? ”, à luz da “Pedagogia do Oprimido”, obra que o Patrono da Educação Brasileira escreveu no exílio, em 1968, e que continua atualíssima.

Qual é o ponto central da obra de Freire?

JOÃO VIRGÍLIO – Eu já me cansei da mediocridade daqueles que condenam esse grande educador, sem terem lido uma só linha de sua obra. Portanto, resolvemos deixar a mediocridade de lado, e concentrar nosso trabalho numa formação séria, profunda e de qualidade. Para mim, o ponto central da obra de Freire é a dialogicidade na educação, a serviço da transformação social. A realidade que está aí é profundamente desigual e injusta. A educação parte dessa leitura do mundo a ser transformada, enquanto a pedagogia tradicional daqueles que condenam Paulo Freire, é para manutenção desse mundo iníquo que está ai, no máximo dando esmolas para tentar aliviar a própria consciência.

Quais serão alguns eventos em comemoração ao centenário de Freire?

JOÃO VIRGÍLIO – Em 19 de setembro de 2021 completam-se os 100 anos do nascimento desse pernambucano, reconhecido no mundo todo. E nós vamos fazer inúmeras homenagens, com eventos educacionais. Já convido a todos para um Seminário do Departamento de Educação da UFSCar que será transmitido pelo Youtube, no dia 16 de setembro, em que celebraremos o seu centenário com diálogos de formação. Eu divulgarei o endereço do evento na minha página no FACEBOOK.Em toda essa situação triste que estamos vivendo, grande parte dela produzida por uma NECROPOLÍTICA, nós nos abraçamos àquele que nos deu muitos motivos para ESPERANÇAR, para construir uma nova UTOPIA, uma nova sociedade. VIVA PAULO FREIRE, Patrono da Educação Brasileira.

Sobre João Virgílio Taglivani

João Virgílio Tagliavini é professor Associado no Departamento de Educação da UFSCar, e é credenciado no Programa de Pós-Graduação em Educação, na linha de História, Filosofia e Sociologia da Educação. Foi membro da Comissão Nacional da OAB para implantação do Eixo de Fundamentos no Exame de Ordem; foi membro da Comissão de Educação Jurídica da OAB/SP (2010-2012); foi membro da Comissão OAB vai à Faculdade/ OABSP (2013-2015).

Desde 2003 coordena o grupo de pesquisa: Educação e Direito na Sociedade Brasileira Contemporânea, publicando coletivamente os livros: A superação do positivismo jurídico no ensino do Direito e Exame de Ordem: uma visão crítica. Coordenou ainda o livro da Comissão de Educação Jurídica da OAB SP, intitulado “Educação Jurídica em Questão”; além de promover congressos e publicar outros trabalhos na área do ensino do direito.

Já foi membro da Diretoria da Associação Brasileira de Ensino do Direito, à qual é associado. Coordena a comissão para implantação do Curso de Direito na UFSCar. Fez os cursos ginasial, colegial e graduação em filosofia no Seminário Diocesano de São Carlos, completando sua formação e licenciando-se em Filosofia pelas Faculdades Associadas do Ipiranga (UNIFAI – 1977); fez ainda graduação em Teologia pela Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção (1978), mestrado em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (1990), doutorado em Educação pela UFSCar (1999) e pós-doutorado em Educação pela Faculdade de Educação da UNICAMP.

Fora da carreira acadêmica, mas com forte atuação educacional, foi sacerdote católico de 1978 a 1985, quando trabalhou na formação de pequenas comunidades, pastoral carcerária etc. Hoje atua principalmente nos temas: educação, ensino superior (projeto pedagógico e avaliação), formação docente para o ensino superior, direito, filosofia e ensino do direito. Pertence ao banco de avaliadores do INEP.

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