Condomínios se tornam fortaleza contra roubo
Entre as prioridades dos moradores de prédios e condomínios da cidade está a segurança patrimonial que, além de estar no topo da preferência, vem a cada dia se modernizando e incluindo um arsenal tecnológico que transforma os prédios em fortaleza.
Essa realidade que pode parecer exagerada para uma cidade do interior como São Carlos é defendida por profissionais do segmento de vigilância patrimonial. Para o diretor presidente da Engefort, João José Andrade de Almeida, o modelo adotado na cidade já se assemelha aos encontrados na capital paulista.
“A cada ano fazemos estudos para diagnosticar a evolução da criminalidade e o modus operandi dos bandidos para que possamos eliminar possíveis falhas. O importante é passar a sensação de segurança. Nenhum assaltante escolhe aleatoriamente um prédio para assaltar. Eles estudam até encontrar algum que mostre a falha”, afirmou Almeida.
Essa sensação de segurança e de ser intransponível é que o síndico do condomínio Classic, no Centro de São Carlos, Luiz Carlos Trevelin, ostenta. “Assim nós eliminamos boa parte dos bandidos que vão preferir buscar outro ponto para assaltar”, afirmou. Ele fala também que é fundamental uma equipe bem treinada e o comprometimento dos moradores do prédio com as regras de entrada e saída do edifício.
“Nos últimos oito anos que estou como sindico nós equipamos tecnologicamente toda a área externa e interna do prédio com câmeras e portões eletrônicos que dificultam o acesso de pessoas que não são moradores. E ainda estamos estudando a ampliação do nosso controle com uma portaria dupla que impede que o visitante entre sem antes ser plenamente identificado pelo porteiro e pelo morador do prédio”, afirmou Trevelin
A mesma intenção de ampliar a segurança tem o síndico do edifício Amazonas na região Oeste da cidade, Antônio Carlos Senise Júnior. Ele afirmou que em janeiro, quando assumiu o posto de síndico, percebeu que a demanda dos moradores era para uma renovação dos equipamentos de segurança. “Vamos ampliar em pelo menos mais seis câmaras que vão filmar e gravas por 15 dias as imagens e colocarmos temporizadores e sensores de presença nos portões”, afirmou.
RESPONSABILIDADE – Para o contabilista Edgard Andreazi, o dono da Andreazi Moreira, empresa que presta serviço a condomínios na cidade, as pessoas não estão se adiantando aos problemas, já que a invasão de condomínios por quadrilhas ainda não é um fato recorrente por aqui.
“Sem querer criar um clima de neurose em relação à segurança, de modo geral as pessoas não estão se preparando para estas eventualidades, erradamente habitam condomínios na expectativa de que estes irão lhes fornecer segurança”, declara.
Para ele, a segurança mais ampla se torna impossível se não houver mudanças de atitudes comportamentais. Por exemplo, não porque haja um porteiro no hall do seu condomínio que você deve deixar a porta da sua unidade aberta, nem mesmo seu carro aberto na garagem. “A vulnerabilidade dos sistemas de segurança dos condomínios está no comportamento dos moradores”, conclui.
Segurança passa por investimento e equipamentos de ponta
A dificuldade em ampliar a segurança patrimonial esbarra na despesa do condomínio e mexe no bolso do morador. Para o contabilista Edgard Andreazi, o dono da Andreazi Moreira, o sistema avançado de segurança passa pelo tamanho e a proposta que o condomínio oferece ou pode oferecer aos seus moradores.
“O risco patrimonial existe tanto em grandes como em pequenos condomínios. O custo de prevenção é igual a todos eles, um serviço de portaria 24 horas e um sistema de câmeras monitoradas são iguais, no entanto se o condomínio for maior, contar com mais unidades habitacionais, o custo por morador será menor, suportável. Já a distribuição deste valor em condomínios menores pode tornar a questão inviável, ao menos financeiramente”, afirmou.