Construída para gerar eletricidade, Broa completa 85 anos
Represa se destaca como uma das maiores do Estado de São Paulo e foi criada para alimentar a geração de energia hidrelétrica
Construída em 1936, a Represa do Lobo, também conhecida como Balneário do Broa está completando 85 anos em 2021. O reservatório artificial é um dos maiores do Estado de São Paulo. Ela também se destaca na região ao lado da Represa de Santa Cruz da Conceição. Atualmente, por determinação da prefeita Dona Graça (PSDB), o balneário está fechado à visitação dos turistas.
Os professores doutores José Galizia Tundisi (IEE) se destaca como um dos pesquisadores que mais estudaram o Broa, seus problemas e suas possível soluções. Apesar de toda a beleza da região de Itirapina, com morros, cachoeiras e outras atrações, o Broa, sem dúvidas, é a maior atração turística de Itirapina, recebendo, em tempos normais, milhares de turistas aos fins de semana.
A Represa do Lobo, mais conhecida como Broa, tem um espelho d´água de 35 km², foi construída para gerar energia elétrica e passou, de forma simultânea, a ser procurada para turismo. Apesar de se situar na divisa dos municípios de Itirapina e Brotas, 75% do público que a frequenta vive em São Carlos.
Tundisi, que preside a Associação Instituto Internacional de Ecologia e Gerenciamento Ambiental, que trabalha no estudo da represa do Broa há cerca de 50 anos, salienta que o acervo científico oferecido pelas duas bacias hidrográficas representa grandes biodiversidades terrestres e aquáticas, destacando o interesse pela preservação. Ele enaltece que o turismo regional é importante fonte de renda. “Outro objetivo da criação do Parque é proteger as características ecológicas, de paisagem e da qualidade da água. O Parque Estadual do Itaqueri-Lobo abre novas perspectivas econômicas e estimula às economias verdes. Será uma fonte de visitas, treinamentos e capacitação de gestores do Parque, operadores de infraestrutura de turismo e ecologia, entre outras atividades”.
ESGOTO – O pesquisador recordou que as duas bacias hidrográficas sofrem impactos contínuos como desmatamento, remoção de matas ciliares, de áreas alagadas, aumento da produção do lixo sólido produzido pela quantidade de turistas recebida pelo Broa e pesca predatória. Para agravarem os problemas, há o despejo de esgoto não tratado em vários pontos da represa.
“Existem projetos prontos para a despoluição e coleta de esgoto ao longo da praia, além da construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto. Portanto, precisamos levar adiante a ideia de criação de um Parque Estadual, que agregaria o trabalho educacional, a proteção das nascentes e o incentivo ao turismo”, ratificou Tundisi.
