Criação de 20 leitos especiais para covid depende de valor da diária
Prefeitura de São Carlos (SP) e a DRS-3 analisam a proposta da Santa Casa para aumentar a rotatividade nas vagas de UTI
Um impasse entre a Prefeitura de São Carlos e o Departamento Regional de Saúde (DRS-3) suspende, por ora, a criação de 20 leitos de Suporte Ventilatório Pulmonar (LSVP) na enfermaria C Térreo do hospital, para substituir os leitos de enfermaria. O que está pendente para que se estabeleçam esses leitos é o valor da diária. O Estado paga para este tipo de leito R$ 478,72. No projeto apresentado na tarde de segunda-feira, 8, pela Santa Casa à Prefeitura e ao DRS-3 o valor é o dobro, perto de R$ 1.000,00.
Na reunião, segundo o presidente da Câmara de São Carlos, Roselei Françoso (MDB), que participou do encontro, ficou definido que o Estado entrará com o valor oficial da diária de R$ 478,72 e a Prefeitura, com recursos próprios, complementaria o valor para chegar na remuneração que a Santa Casa estabeleceu em sua proposta.
O projeto da direção da Santa Casa propõe leitos que possam receber pacientes com prognóstico de alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Com isso, a UTI terá uma maior rotatividade nos leitos para atender pacientes com quadro clínico que necessitem de tratamento intensivo.
De acordo com Roselei, a DRS-3 ficou de analisar a proposta, mas já adiantou que o Estado não conseguirá arcar com a remuneração que a Santa Casa pede. Somente o valor estipulado pelo Ministério da Saúde, para os leitos de Suporte Ventilatório Pulmonar.
O presidente da Câmara se comprometeu a destinar R$ 200 mil do duodécimo do Legislativo para a compra de dois equipamentos de Raio X portáteis. Segundo a assessoria de Roselei, esse valor já pode ser escalado das economias da Câmara e direcionado à Saúde.
O duodécimo corresponde a 1/12 do Orçamento do município que é destinado para as despesas da Câmara. Caso haja uma economia nas despesas, a verba pode receber indicação da Câmara para ser repassada às entidades filantrópicas, por exemplo.
Fontes dentro da Secretaria Estadual de Saúde afirmaram que se houver lastro, o Estado pagará o valor da diária. Quanto à complementação vinda da Prefeitura, ficará sob a administração do município e o hospital filantrópico. “Iremos honrar o que propusemos, mais nada”, disse.
Segundo informação recebida pelo Primeira Página, diante da gravidade da contaminação do coronavírus, o Estado tem respondido às demandas de ampliação e qualificação de leitos em uma semana.
A informação de bastidores é que a Prefeitura estuda a proposta já que terá de complementar o valor com recursos próprios. No entanto, oficialmente não confirmou nem descartou o cumprimento da proposta discutida na reunião.
Pela orientação do Ministério da Saúde, a diária de leitos (LSVP) é de R$ 478,72 por disponibilidade e não por ocupação. Com isso o hospital recebe o valor integral mensalmente para cada leito criado, independente da ocupação.
Esse tipo de leito tem como objetivo apoiar a Unidade de Internação Clínica e como retaguarda da UTI com a função de tratar os casos que necessitem de suporte ventilatório.
Vale ressaltar que não serão criados novos leitos pela Santa Casa, apenas qualificados os leitos para o patamar de suporte respiratório pulmonar. A equipe multiprofissional mínima estabelecida pelo Ministério da Saúde exige um médico e um enfermeiro em período integral no ambiente, para cada 15 leitos; um técnico em enfermagem para cada cinco pacientes, além de plantonistas de fisioterapia e fonoaudiologia.