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Dengue exige combate global

Ministra da Saúde, Nísia Trindade, adverte que avanço da doença está relacionado às mudanças climáticas

12/12/2024 23h22 - Atualizado há 1 mês Publicado por: Redação
Dengue exige combate global FABIO RODRIGUES-POZZEBOM/ AGÊNCIA BRASIL

PEDRO PEDUZZI/AGÊNCIA BRASIL

As mudanças climáticas ampliaram o raio de alcance da dengue e de outras doenças causadas pelo Aedes aegypti. Diante dessa situação, a estratégia de enfrentamento precisa ter dimensão global, reforçando ainda mais a necessidade de colaboração mútua entre autoridades, tanto para prevenção como para conscientização, disse nesta quinta-feira (12) a ministra da Saúde Nísia Trindade.

Em entrevista ao programa Bom Dia Ministra, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação, Nísia disse também que há estoque suficiente de vacinas contra a covid-19 e defendeu pontos do relatório da Reforma Tributária no que se refere à alíquota zero para vários medicamentos do programa Farmácia Popular.

Nísia falou sobre as ações que vêm sendo desenvolvidas pelo ministério para reforçar o papel de estados, municípios e da própria população no enfrentamento da dengue. Ela chamou a atenção para a necessidade de se ampliar as redes colaborativas, uma vez que a doença tem avançado para regiões e países onde, até então, não havia registros.

DENGUE

“A dengue hoje é um problema de saúde global, inclusive em áreas subtropicais, como é o caso do Uruguai e do Sul do nosso país, que passaram a ter dengue. É sempre bom lembrar que o aquecimento global é o responsável por essa grande transmissão. Portanto teremos mais países lidando com esse problema”, disse a ministra.

Dessa forma, a ministra defendeu o desenvolvimento de um plano que também seja global para o enfrentamento desta e de outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como a zika e chikungunya.

Um outro eixo importante citado por Nísia é o de desenvolvimento e uso de tecnologias visando o controle do mosquito transmissor. Ela explica que, apesar de ainda não haver um plano nacional para a utilização em larga escala dessas tecnologias, alguns municípios e estados já o fazem com o apoio do ministério.

“Estamos trabalhando para ampliar essas tecnologias de controle do mosquito”, reiterou ao destacar que, nesse sentido, a pasta tem atuado para reforçar o papel de estados e municípios.

“Lançamos em setembro deste ano um plano de enfrentamento à dengue. Esse plano prevê a prevenção e a conscientização da população, que é também um ator muito importante, assim como as prefeituras, por causa do acúmulo de lixo urbano e dos focos de água em que o mosquito pode se proliferar. Isso está ligado à gestão das cidades”, justificou.

DIA D

Nísia Trindade reiterou também a relevância do Dia D de Mobilização contra a Dengue, previsto para sábado (14) – no sentido de difundir mais largamente campanhas de conscientização e engajamento da população em todo o país para prevenir os focos do Aedes aegypti.

“Todo governo estará envolvido, com a participação de governadores e ministros. Nossos secretários do ministério se distribuirão Brasil afora. Vai ser um dia muito importante. Quero convidar a todos para se somarem esses esforços”, disse a ministra.

Segundo ela, os locais onde as atividades vão se concentrar ainda serão divulgados. “Mas cada um de nós pode fazer o Dia D na sua comunidade, buscando sempre o reforço dos nossos profissionais”, disse, ao lembrar que agentes comunitários e agentes de endemias participarão em apoio à iniciativa.

A ministra convidou a população a participar de força-tarefa que será promovida neste fim de semana. “Destaco o papel dos agentes de endemias. Eles vão às nossas casas justamente para orientar, ver onde há focos. Lembrando que 75% dos focos estão nas nossas casas ou no entorno delas. É uma chamada de atenção a todos nós”, ressaltou.

Segundo a ministra, ao longo deste ano a população experimentou um aumento explosivo de casos, o que reforça a importância do cuidado.

“Temos a fase que estamos agora de uma forte prevenção, controle dos focos. Mas sabemos que haverá casos de dengue. Para isso, temos de estar organizados. É a organização do Sistema Único de Saúde (SUS), a organização da assistência, do papel dos estados, dos governadores nesse processo. Por isso estamos fazendo esse Dia D”, destacou.

Nísia Trindade informou que o governo federal trabalha para ampliar as tecnologias de controle vetorial, a exemplo do método wolbachia, e lembrou que o país possui um plano de enfrentamento com recursos financeiros garantidos na casa de R$ 1,5 bilhão. Trindade também destacou que o Ministério adquiriu vacinas para públicos prioritários – mas ainda não em escala suficiente por parte do laboratório. Segundo ela, portanto, a prevenção segue sendo o caminho ideal.

A prevenção da dengue concentra-se na eliminação dos criadouros do mosquito e na proteção contra picadas. Medidas eficazes incluem:

– Eliminar recipientes que acumulam água, como pneus, garrafas e vasos de plantas;

– Manter caixas d’água e reservatórios devidamente tampados;

– Limpar calhas e lajes para evitar acúmulo de água;

– Utilizar repelentes e roupas de mangas compridas, especialmente durante o dia, quando o mosquito é mais ativo;

– Instalar telas em janelas e portas para impedir a entrada de mosquitos.

– Em caso de sintomas como dor no corpo, febre, dor atrás dos olhos, é fundamental procurar a unidade de saúde para os devidos cuidados.

 REFORMA TRIBUTÁRIA

Perguntada sobre como via o texto apresentado pelo relator da reforma tributária, Eduardo Braga, aprovado ontem, prevendo, entre diversos pontos, alíquota zero para medicamentos da Farmácia Popular, Nísia destacou que essa alíquota valerá também para medicamentos relacionados às linhas de cuidado adotadas no Sistema Único de Saúde.

“Isso é muito positivo e importante. No programa Farmácia Popular, tão querido pela população, a alíquota zero é para todos os produtos. Mas, além disso, a reforma tributária traz o que eu gosto de chamar de tributo pela saúde, em vez de imposto do pecado. É realmente um tributo pela saúde com [a taxação de] todos aqueles produtos que podem trazer problemas de saúde, agravamento de quadros de saúde, como é o caso do tabaco, dos cigarros, dos refrigerantes, das bebidas açucaradas.”

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