Depoimento da filha de Juliana Gradin mostra possíveis erros da Unimed
Gabriele Gradin questiona a postura da UNIMED SÃO CARLOS e questiona: Como confiar em uma empresa de saúde que premia seus médicos contratados por pedirem poucos exames?
A filha da comerciante Juliana Gradin, Gabriele Gradin, fez um emocionante depoimento nas redes sociais onde questiona a postura da UNIMED SÃO CARLOS. Ela chega a questionar a nota enviada pelo plano de saúde onde afirma que seguiu todos os protocolos. Por que a UNIMED deixou de buscar e confirmar um diagnóstico para a dor de JULIANA BONDIOLI GRADIN após inalterações nos exames de PROTOCOLO?, questionou.
Veja abaixo o depoimento de Gabriele Gradin:
“Perdi minha melhor amiga – minha mãe – há 5 dias.
Ela vomitava qualquer coisa que ingeria (inclusive água) desde o procedimento da cesárea.
Consultamos os médicos que a operaram e as recomendações eram o uso de remédios para segurar o vômito e soros para combater a desidratação.
Ainda vomitava.
Às 3 horas da madrugada de quarta-feira ela foi de ambulância à Unimed 24h. Dores agudas e insuportáveis no abdômen e suor. Sim, exames que seguiam PROTOCOLOS foram feitos e não indicavam nada. A “apalpagem” do abdômen mal conseguiu ser realizada, porque ela resistia em reflexo da dor. Me disse que não suportava quando executavam esse procedimento. Deram alta a ela após a aplicação de alguns remédios que TIRAVAM a dor (o que, inclusive, foi inútil).
Caminhamos até meu carro. Minha mãe mal conseguia andar.
Em seguida, fomos juntas à maternidade por prescrição da obstetra que auxiliou no parto. Ela sugeriu anteriormente que ia interna-la se os vômitos persistissem, mas não estava presente ali naquele momento e houve resistência para que isso fosse feito. Só conseguimos uma acomodação porque uma enfermeira se comoveu com a dor da minha mãe e preparou um quarto para que ela aguardasse a chegada da obstetra.
Mais soros com medicamentos que objetivavam TIRAR a dor.
Vi minha mãe gemendo de dor no quarto.
A médica de plantão olhou os exames na dela, apalpou, mais uma vez, seu abdômen – ainda com muita resistência – e sinalizou apontando o indicador à cabeça que tudo aquilo era psicológico.
A obstetra chegou e afirmou que podíamos ir para casa e eu não argumentei, pois ali minha mãe já havia conseguido ingerir alimentos sem regurgitar.
Saímos da maternidade por volta das 4 da tarde.
Já na casa da minha tia, que a auxiliava no cuidado da bebê nesses dias de dor, minha mãe suava e, sentada no sofá, o apertava em um reflexo da dor.
Eu e muitas outras pessoas a perguntamos se queria ir ao pronto-socorro e a resposta foi não. A fé na eficiência do pronto atendimento da UNIMED já havia se reduzido a pó. Aguardávamos uma consulta com um gastro agendada para o dia seguinte.
Fomos ao banheiro. Fez xixi e cocô – novidade, já que não urinava ou defecava há mais de 2 dias – e tomou banho, sem lavar as pernas, pois a dor não permitia.
A ajudei a se vestir e depois disso ela foi sentar no sofá da sala. Suava assustadoramente.
Piorou.
Na minha ingenuidade, a fiz a tomar copos de água e liguei um ventilador próximo a ela para que não desidratasse.
Achava que aquele sintoma, já presente horas atrás na maternidade e na Unimed 24h, não era grave e me cabia remediá-lo para que, talvez, sua condição voltasse ao estado que estava nos hospitais – ainda que aquela fosse péssima.
Naquela madrugada minha mãe não dormiu, falecendo numa triste e traumatizante manhã de quinta-feira.
Esse é o relato de quem a acompanhou em todo o intervalo de tempo de sua piora a sua morte. Não fui parcial; tentei ser a mais neutra quanto a julgamentos que consegui.
Tirem suas próprias conclusões.
Finalmente, deixo algumas perguntas:
Como confiar em uma empresa de saúde que premia seus médicos contratados por pedirem poucos exames?
Quando deixaremos de dar mais valor aos PROTOCOLOS e passaremos a ter sede pela investigação? Sede por descobrir as causas? Sede por descobrir as origens e dar alta a um paciente com a certeza de que NÃO HÁ MAIS DOR.
O que é ser médico? Hipócrates se revira no túmulo.
Por que a UNIMED deixou de buscar e confirmar um diagnóstico para a dor de JULIANA BONDIOLI GRADIN após inalterações nos exames de PROTOCOLO?
Uma vida não merece mais atenção?
Hoje foi minha família, amanhã pode ser a sua”.
OUTRO LADO – A UNIMED foi procurada pelo Primeira Página e até o momento a empresa não se posicionou.
Matéria: Jeferson Vieira.