Escola Jesuíno de Arruda é premiada
Escolas estaduais premiadas são das cidades de São Carlos, Tanabi e Cachoeira Paulista; troféu foi entregue no Museu Catavento, em São Paulo
Estudantes e professores de três escolas da rede estadual de ensino foram reconhecidos com o Prêmio Ciência Para Todos 2024, entregue em cerimônia realizada no Museu Catavento, em São Paulo, quarta-feira (6). Em sua terceira edição, o prêmio, promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pela Fundação Roberto Marinho, celebrou projetos inovadores que aliam a ciência e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).
As representantes da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) são a Escola Estadual Jesuíno de Arruda, de São Carlos, Escola Estadual Padre Fidelis, de Tanabi, e Escola Estadual Severino Moreira Barbosa, de Cachoeira Paulista. Essas unidades conquistaram o prêmio com projetos que exploram temas como igualdade de gênero, inclusão e meio ambiente. Os seis grupos vencedores das duas categorias – Ensino Fundamental e Ensino Médio – terão a oportunidade de visitar centros de pesquisa apoiados pela Fapesp como parte da premiação. Os professores orientadores das equipes premiadas receberão, também, notebooks como incentivo ao trabalho de orientação e desenvolvimento de projetos científicos.
Na Escola Estadual Jesuíno de Arruda, em São Carlos, o projeto sobre igualdade de gênero, coordenado pela professora de ciências Simone Camila Bogni, envolveu discussões e atividades para promover a inclusão de meninas em todos os espaços da escola. Segundo a professora, a ideia de criar o projeto surgiu a partir da observação de atitudes que demonstram o machismo estrutural. “Percebemos a necessidade de dar espaço às meninas na escola, especialmente nas áreas comuns, como as quadras de esportes, que antes eram dominadas pelos meninos”, explica.
O projeto desenvolveu atividades para fortalecer o empoderamento feminino e desconstruir rivalidades entre as meninas, promovendo debates e ações que permitiram às alunas reconhecer seu potencial e ocupar espaços na escola. “Nosso projeto valoriza o talento feminino e a ocupação dos espaços pelas meninas. Foi incrível ver a felicidade delas usando a quadra. No começo, todos estranharam, mas logo perceberam que o espaço é de todo mundo, inclusive os meninos. Estamos conseguindo chegar no nosso objetivo e ano que vem tem mais”, continua a professora.
“Falando por todo mundo, a sensação de felicidade foi a maior. E poder ver que o nosso projeto teve o reconhecimento de que ele é fundamental para a nossa sociedade, para os nossos jovens, isso trouxe uma felicidade para a gente, porque nós somos mulheres, a gente quer que futuramente a gente tenha um espaço para a gente ser livre e trabalhar com o que a gente quer. Então, isso foi uma experiência sensacional”, afirma a aluna são-carlense Amanda Maria Martins, do 9º ano do Ensino Fundamental.
Laura Aguiar, uma das alunas premiadas da escola de Tanabi, falou sobre a experiência de estar na capital paulista pela primeira vez para a premiação. “Foi uma experiência nova. No começo, ficamos inseguros, mas com o apoio da nossa professora e diretoria de ensino, seguimos em frente. Foi lindo estar aqui, recebendo esse reconhecimento ao lado de outras escolas públicas, que muita gente não dá nada e mesmo assim estamos batalhando”, relata Laura. Os alunos de Tanabi foram orientados pela professora Natália Regina Cesaretto.
No Ensino Médio, além da Escola Estadual Padre Fidelis, de Tanabi, a Escola Estadual Severino Moreira Barbosa, de Cachoeira Paulista, foi reconhecida por seu projeto. Os estudantes da unidade de ensino de Cachoeira Paulista foram orientados pela professora Luziene Soares Alves.
A cerimônia no Museu Catavento, um dos principais espaços dedicados à divulgação científica em São Paulo, reuniu professores, alunos e representantes da área da educação.