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ESPECIAL SÃO CARLOS: A história de um dos fundadores de São Carlos

04/11/2011 15h07 - Atualizado há 13 anos Publicado por: Redação
ESPECIAL SÃO CARLOS: A história de um dos fundadores de São Carlos

São milhares de pessoas que passam diariamente pela praça do Mercado Municipal de São Carlos. Poucas notam a presença do busto de um dos nomes mais importantes para o surgimento daquilo que hoje podemos chamar de cidade. É Jesuíno de Arruda quem está alí, no seu cantinho, próximo à avenida São Carlos, observando o dia-a-dia de trabalhadores que atualmente são peça fundamental para o desenvolvimento da cidade que, há 154, ele ajudou a fundar.

A equipe de reportagem do jornal Primeira Página abordou na semana passada, diversos grupos de senhores que estavam sentados nos bancos da praça do Mercado. “Aquela estátua? Não tenho nem ideia”, respondeu um deles. Já um jovem que desgutava seu sorvete ao lado da namorada, foi categórico: “Ah, deve ter sido alguém muito importante para São Carlos para estar alí, não é?”. Ele tinha razão.

Jesuíno de Arruda, natural de Ibiúna, nascido no dia 11 de fevereiro de 1811, foi tropeiro na juventude, ou seja, viajava comprando e vendendo terras e gados. Morava em Piracicaba quando, em 1836, se casou com Maria Gertrudes de Arruda, de quem adotou o sobrenome, já que o seu nome de batismo era Jesuíno José Soares.

Estabeleceu-se de vez na região após adquirir dos irmãos Joaquim Meira Botelho e Paulino Carlos de Arruda Botelho parte das terras que eles haviam herdado na sesmaria do Pinhal e outra porção de terras na mesma sesmaria, de Carlos Bartholomeu de Arruda Botelho.

Graças à petição que Jesuíno solicitou ao Bispo de São Paulo, D. Antonio Joaquim de Melo, em 23 de outubro de 1856, para a contrução de uma capela, sob a invocação de São Carlos, é que nossa cidade assim passou a ser chamada.

De acordo com a historiadora Leila Maria Massarão, até aquele momento igreja e estado estavam juntos e um dos fatores necessários para que uma região fosse reconhecida como núcleo populacional era uma igreja legitimada pelas autoridades católicas. “Muito se fala do Conde do Pinhal, mas não é bem assim. Pelo lado político ele foi muito importante para a fundação da cidade, mas o outro requisito, que é a questão da igreja, quem articula é o Jesuína de Arruda”, explicou.

Apesar da devida homenagem feita a um dos fundadores de São Carlos na praça do Mercado Municipal, muitos ainda desconhecem sua importância. Não é o caso de Maria de Lourdes que, quando questionada a respeito do busto, foi certeira: “A estátua é de Jesuíno de Arruda. Eu sei que ele foi muito importante para São Carlos. O problema é que se fala pouco sobre ele, seria interessante que a sua história fosse mais divulgada”, comentou.

Já Sinval José de Sousa exitou por alguns instantes quando interrogado: “Agora me fugiu o nome dele, mas foi um prefeito de São Carlos há muitos anos atrás. Mas se você for até o busto, alí tem o nome”, apontou. Em seguida, quando divulgada a identidade da estátua, não demonstrou mais dúvidas: “Ah, verdade, Jesuíno de Arruda, um dos fundadores da cidade”, afirmou.

Em mais um aniversário de São Carlos seria quase impossível não lembrar deste grande homem, a quem também se deve a instalação da primeira farmácia e a vinda do primeiro médico à cidade. Jesuíno faleceu no dia 5 de julho de 1895, quase dois anos após a morte de sua esposa. 

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José Augusto
13 anos atrás

NOSSA HISTÓRIA – José Augusto Pereira

SÃO CARLOS DO ITARARÉ – No Sertão de Aracoara -(Toca das Araras), no meio de mata totalmente virgem havia planície com faixa comprida de terra roxa. A mão do Criador não economizou maravilhas deu grande arvores com densa vegetação, farta caça, pesca, raízes, grãos, frutos nativos, flores, pássaros e paz.. Deu também rios Mogi Guaçu, Quilombo, Araras e Pântano e muitos córregos e cachoeiras de grande beleza nativa, que ostenta a riqueza e o luxo da vida vegetal. O ar puro, a rica vegetação, o canto dos pássaros e a ausência do perigo causado pelo homem civilizado, purificavam aquele paraíso natural, onde situava a grande “Taba”, com centenas de “Ocas” feitas de barro, madeira e fibras vegetais. Muitas luas se passaram e a “Aldeia do Itararé”, entre arvores cachoeira e rios continuava sobre os sagrados rituais de Tupã. Na paz tribal passaram-se muitas luas e muitos sois, até que um dia, o barulho ouvido de longe anunciava a chegada do “Anhangá”. Centenas de homens brancos vinham de barco pela margem do rio, surgiam da selva, de todos os lugares. Era a expedição de Luiz Pedroso de Barros, que por ordem da Capitania de São Paulo, construía a grande picada que seria usada na corrida do ouro de Cuiabá – Mato Grosso. A trilha começou a surgir na vila de Itu em 1721, seguindo as margens dos rios: Tietê, Piracicaba, Mogi Guaçu, Pardo e Rio Grande, chegando em Cuiabá em 1726. Os índios que escaparam da escravidão do homem branco, subiram o rio Quilombo à procura de um novo exílio. Os Kaingang escalaram uma cachoeira, onde havia grandes pedras de trilhas profundas esculpidas através do conflito secular entre a água e a pedra. Ali surgia uma nova esperança de vida, uma nova aldeia com o nome de “Itararé” – Pedras escavadas pelas águas, onde viveram por muitos anos, até serem exterminados pelo homem civilizado.E assim surgiu São Carlos na “Anatetê Itararé” – Aldeia das pedras escavadas pelas águas, onde em 1718 morava os índios da raça Kaingang.

ALDEIA DO ITARARÉ – A história de fundação São Carlos, começou justamente onde hoje se localiza a Estação Cultural e Turística de Santa Eudóxia.
Sua história contada no mural “Rainha do Quilombo e do Café” começa com a saga dos índios Kaingang da Aldeia do Itararé e dos milhares de escravos foragidos no Quilombo do Rio Quilombo. Fala também de Pedro José Neto (1760-1817) primeiro homem branco que habitou essas bandas e legalizou oficialmente a região com o nome de Sesmaria do Quilombo-1804. Ao lado do córrego do Itararé, Neto construiu o primeiro povoado e a primeira capela de São Carlos dando nome ao lugar de “São Sebastião do Quilombo”.
Em 1874, Visconde da Cunha Bueno, comprou a Sesmaria do Quilombo e formou o maior latifúndio das Américas. A fazenda Santa Eudóxia chegou a produzir mais de dois milhões de arrobas do famoso “Café Santa Eudóxia” — primeiro lugar na Bolsa de Café de Londres. Eudóxia Teixeira Nogueira de Oliveira (1836-1867), esposa do Visconde da Cunha Bueno foi assassinada por uma escrava. Em homenagem ao seu nome e da santa de sua devoção a vila de São Sebastião do Quilombo, recebeu o nome de Santa Eudóxia do Quilombo.
Hoje considerado como o maior distrito rural do interior paulista , Santa Eudóxia que fica há 28 quilômetros do centro de São Carlos, possui 331 Km2. de área territorial. Localizado no setor zero do município, iniciando na antiga estação da Babilônia, seguindo as margens da Bacia do rio Mogi Guaçu, possui rios, ribeirões e córregos como: Quilombo, das Araras, Pântano, Cabaceiras, Água Branca, Cachoeira, Guariroba, dos Negros, e Itararé. A região faz divisa territorial de São Carlos com as cidades de : Ibaté; Araraquara; Santa Lucia; Américo Brasilense; Rincão; Santa Rita do Passa Quatro; Descalvado e Luiz Antonio. O distrito de Santa Eudóxia pertenceu ao Sertão de Araraquara, até 1857; foi levado a Distrito de Paz em 1892; Distrito Policial em 1899 e, no dia 22 de Novembro de 1912, através da lei municipal 1.331, foi levado a Distrito de Santa Eudóxia, pertencendo ao município de São Carlos.

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