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ESPECIAL SÃO CARLOS: Francisco Rossi: 89 anos vivendo e fazendo a história da cidade

04/11/2011 09h35 - Atualizado há 13 anos Publicado por: Redação
ESPECIAL SÃO CARLOS: Francisco Rossi: 89 anos vivendo e fazendo a história da cidade

Pente, navalha e tesoura. Com estas três “armas“, Francisco Rossi Filho constituiu sua família, estudou seus filhos e venceu na vida. Hoje, aos 89 anos, é o mais antigo representante desta categoria “em extinção”. O ofício, como gosta de citar, ele aprendeu com seu pai, o velho Francisco Rossi ainda aos 10 anos.

Rossi nasceu no dia 16 de julho de 1922 em São Carlos, filho de Francisco Rossi e Maria da Conceição Vieira Rossi. Na infância jogava futebol e estudava no Grupo Escolar Paulino Carlos. 

Nos tempos de juventude, a paquera rolava nas proximidades da Praça Coronel Sales. Segundo o velho barbeiro, a divisão de classes sociais era demarcada territorialmente. Os ricos ficavam em frente à sede do São Carlos Clube; a classe média no meio da rua. Os pobres e os negros ficavam juntos na calçada do outro lado da Avenida São Carlos.

O barbeiro conta que quando iniciou na profissão, em 1932, São Carlos vivia a concorrência de três barbearias de elite: a Aurora, na Avenida São Carlos, em frente ao Hotel Acácio, o Salão Central, que ficava na rua Major José Inácio, entre a Avenida São Carlos e a Rua Dona Alexandrina e a Barbearia da Dona Alexandrina, que ficava onde hoje é a Auto Escola Mazola, em frente à Casa do Advogado.

 

“Trabalhando com navalha, tesoura e pente constituí com muito orgulho a minha família nesta cidade que sempre amei” 

 

Outro fato que marcou muito a vida de Francisco Rossi Filho foi a Revolução Constitucionalista de 1932. Escoteiro, ele ajudava os revolucionários com transporte de correspondência e arrecadação de alimentos para abastecer os solados e voluntários que estavam no front. “Minha vontade era pegar em armas e ir para as batalhas, mas o juiz de Direito da época proibiu frontalmente a participação de menos na guerra”, ressalta ele, exibindo excelente memória.

Rossi viveu a  época do conto de reis (moeda) e trabalhou durante 36 anos no São Carlos Clube, cortando cabelos. Trabalhava das 19h até 2h, 2h30”. Neste meio tempo enfrentou um câncer no intestino, que venceu depois de sessões de quimioterapia. 

Hoje ele continua tendo fregueses, alguns com 30 anos de fidelidade. Antigamente, chegava a cortar 20 cabelos por dia. Hoje corta cerca de cinco, cobrando R$ 20 por corte.

Com sua esposa, Adélia Zaninetti Rossi, de 85 anos, ele teve 4 filhos: Francisco Rossi Neto é projetista em Porto Alegre; Fernando é gerente da Caixa em São Carlos; Maria Ângela e Marise são professoras de educação física. Ele tem quatro netas: Vanessa é professora; Fabíola é arquiteta; Fátima e Patrícia são gaúchas e atuam no Tribunal de Justiça de Porto Alegre. “Esta é minha família, que constituí com muito orgulho”, afirma ele trajado à rigor com camisa e calça sociais, sapato e a inseparável gravata borboleta, sua marca registrada. 

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Kleber Machado
Kleber Machado
13 anos atrás

Impossível não se lembrar do Rossi, como o chamávamos. Éramos vizinhos de frente de comércio na General Osório. Hoje moro na Europa, mas me lembro muito de cortar o cabelo na sua barbearia. Isso há mais de 20 anos. Parabéns Sr. Rossi.

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