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Ex-administrador do cemitério é indiciado após depoimento

27/04/2013 13h19 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Ex-administrador do cemitério é indiciado após depoimento

O administrador do Cemitério Nossa Senhora do Carmo, Paulo Damin à época em que houve o caso de mudança e comércio clandestina de sepultura de três crianças, negou, em depoimento prestado nesta sexta-feira, 26, à Polícia Civil, ter dado autorização para que o serviço fosse feito. À saída da delegacia, ele disse à imprensa: “Não tenho nada a declarar. O que tinha a declarar já declarei”. Questionado se era a pessoa que autorizava a mudança dos túmulos, ele respondeu: “Não, não era eu. Se tiverem por escrito a autorização, pode fazer o favor de me apresentar”.

 

O ex-administrador foi indiciado na manhã de ontem (26) após prestar depoimento. Na quinta-feira, um empreiteiro também foi indiciado nesse caso.

Segundo o delegado Maurício Antônio Dotta, a transposição normal de ossada exige um ato administrativo, inclusive notificando a família, ainda que por edital. “Essa forma acontecia, mas aconteceu também de túmulos serem passados para outros de forma ilegal”, disse o delegado.

Sobre o depoimento do suspeito e a importância dele na investigação, Dotta diz: “Ele declarou que não se lembra do caso, negando que tivesse recebido qualquer valor pela venda do terreno. Ele diz que nesse caso não tem autorização para abertura de sepultura; autorização que o pedreiro precisaria ter para fazer isso. E não tem mesmo: foi feito clandestinamente. Como administrador do cemitério à época, ele é a principal figura de inquérito. Temos elementos para indiciá-lo; temos outros informes mostrando que ele tem participação. O fato de negar é um direito que ele tem, mas o conjunto probatório mostra coisa diversa”, explica.

Segundo o delegado, os empreiteiros dizem que o administrador é quem autorizava, pois só a administração sabia onde poderia ser mexido: “Agora, ele diz que os empreiteiros agiam por conta; que ele tinha uma atividade exacerbada, saia muito do cemitério, e concomitantemente tomava conta do cemitério da Vila Prado, e que os empreiteiros se aproveitavam da sua ausência lá e faziam esse tipo de coisa. Aí já é desmando geral”, afirma Dotta.   

 

VILA PRADO – Questionado se poderia haver casos semelhantes do cemitério Santo Antônio, na Vila Prado, o delegado afirma não ter conhecimento de nenhum caso.

O administrador da época foi indiciado no inquérito-mãe, aberto em 2007, por peculato (apropriação de valores pelo funcionário). No novo inquérito, o administrador será indiciado, junto com o empreiteiro, por violação de sepultura e desrespeito para com restos mortais.

 

ENTENDA O CASO – O caso de dona Solange começou quando, em visita ao túmulo dos filhos, percebeu que, no local, outro túmulo estava alocado. No processo de descobrir o que estava acontecendo, ela foi informada por um pedreiro que os restos mortais que ali estavam haviam sido transferidos para outro local em 2005. Com a indicação do local pelo funcionário, os restos mortais procurados por dona Solange foram então encontrados.

Diante do fato, dona Solange fez um boletim de ocorrência e o caso mostrou-se, com o tempo, de caráter reincidente, já que em 2007 um esquema de vendas ilegais de túmulos foi denunciado e um processo criminal desde então vem sendo feito.

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mazakaa
11 anos atrás

CartaCapital: “A central de grampos de Marconi Perillo”
Publicado em 27-Abr-2013
Recomendo a todos a leitura da reportagem de capa da CartaCapital desta semana. O texto diz que um universitário prestou serviços como hacker a pessoas ligadas ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). É claro que, no restante da grande imprensa, não houve repercussão, repetindo o que ocorre quando denúncias envolvem os tucanos.

Segundo a revista, por meio de dois jornalistas e dois integrantes do primeiro escalão da administração goiana, o estudante de medicina operou entre 2011 e 2012 – época em que Perillo foi investigado na Operação Monte Carlo – uma rede ilegal de grampos telefônicos em favor do tucano.

O objetivo, acrescenta a CartaCapital, era invadir contas de adversários e até mesmo aliados do governador por meio de perfis falsos na internet. Segundo a revista, o hacker atuava a partir de encomendas de um casal de radialistas de Goiânia, Luiz Gama e Eni Aquino.

“O hacker montou um fenomenal arquivo de informações retiradas de computadores invadidos e telefones celulares grampeados. Pelos serviços, recebia entre 500 e 7 mil reais, a depender da complexidade do trabalho e do alvo em questão. O dinheiro saía de duas fontes antes de passar pela mão do casal de radialistas, segundo documentos obtidos por CartaCapital. No início, o responsável pelos pagamentos era o jornalista José Luiz Bittencourt, ex-presidente da Agência Goiana de Comunicação. Na fase seguinte, a operação passou a ser de responsabilidade de Sérgio Cardoso, cunhado de Perillo, atual secretário estadual extraordinário de Articulação Política”, conta a reportagem.

A revista também afirma que teve acesso a 450 mensagens trocadas entre os radialistas e o hacker. A CartaCapital ainda diz que os grampos revelam que o governo de Goiás teria usado hackers de São Paulo e Minas para as espionagens

A reportagem acrescenta que o hacker também tinha a função de montar perfis falsos nas redes sociais para apoiar Perillo durante a CPI do Cachoeira, em 2012.

Um dos alvos da espionagem foi o publicitário Gercyley Batista, vice-presidente do PRP de Goiás. O material foi entregue pelo próprio hacker a ele. O motivo, disse, teria sido o temor com a consequência dos grampos. Mas a revista conta que os pagamentos atrasados teriam sido o real motivo.

Batista, então, levou os arquivos para o Ministério Público. Como o caso envolve o governador de Goiás, o material foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República.

A revista ainda detalha alguns dos conteúdos dos grampos.

O governo de Goiás nega ligações com o grampo e diz nunca ter criado perfis falsos.

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