Família de professora esfaqueada cobra indenização do governo
As irmãs da professora assassinada na noite da última segunda-feira dentro da sala dos professores da Escola Estadual Professor Joaquim de Toledo Camargo, em Itirapina, querem indenização do Estado. Por ter plano funerário, a família não teve gastos com o velório e o enterro, porém acredita que o governo deveria ser responsabilizado, já que o crime ocorreu dentro de uma instituição pública.
“Estamos entrando com uma ação pedindo indenização do Estado. Fomos ao Centro do Professorado Paulista (CPP) em São Carlos para também pedir um reembolso, já que tudo foi coberto pelo nosso plano”, diz Carla Lima, uma das irmãs de Simone Lima.
De acordo com o presidente do CPP de São Carlos, Azuaite Martins de França, será aberto um amplo debate sobre o que ocorreu com Simone. “É necessário que se chame a atenção do município e do Estado para que os mesmos se responsabilizem pelo caso”, defende França.
Com relação à segurança pública nas escolas, o representante dos professores afirma que não basta haver detectores de metais, câmeras e rondas escolares, uma vez que o problema é social. “O problema é que as barbáries se manifestam em todas as relações, pois falta punição, faltam leis que as impeçam”.
O conselheiro do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, a Apeoesp, Ronaldo Mota, concorsa com a insegurança apontada pelo CPP. “O efetivo de rondas escolares é muito baixo e ele não atende à demanda de entrada e saída de todas as escola da cidade. Além disso, o que falta é uma reestruturação nas escolas, pois há muitos alunos em cada sala de aula e, por conta disso, não é possível identificar e acompanhar aqueles que apresentam algum problema, como, por exemplo, um aluno que fica muito quieto”, diz.
Mota defende ainda que seria necessário um acompanhamento psicológico e educacional para esses estudantes com algum tipo de problema, o qual seria viável apenas com mais professores na rede, o que possibilitaria a divisão das turmas em grupos menores. “Os professores e diretores têm que saber o perfil de cada aluno e com uma sala de aula muito cheia é impossível”.