“Federalização é para ser estudada”, diz secretário da Saúde
Em entrevista ao Primeira Página, o secretário da Saúde do município, Edílson Abrantes, afirmou que tanto as hipóteses da federalização quanto a da estadualização do Hospital Escola (que é municipal) devem ser estudadas: “Em todas as alternativas têm que se colocar a presença do acadêmico, tanto dentro do hospital como dentro do ambulatório médico de especialidades (AME), o acadêmico tem que estar inserido”, afirma.
Segundo ele, a estrutura de funcionamento do Hospital pode, sim, ser feita nos moldes pleiteados pela a UFSCar e pelo Conselho Administrativo do Hospital (Sahudes): “Mas pode ser feito em outros moldes. Tudo tem que ser bem discutido, contudo a decisão final é do prefeito”.
Em reunião realizada esta semana, o Conselho Administrativo do Hospital optou pela federalização. Segundo Sebastião Elias Kuri, presidente da Sahudes, a decisão foi a de que esse processo se inicie rapidamente.
Para Bernardino Souto, coordenador do curso de Medicina da UFSCar, e membro do Conselho Administrativo do Hospital, o processo de federalização é uma necessidade de sustentabilidade, tanto do projeto do curso de Medicina, quanto do próprio Hospital: “Só está faltando a prefeitura dizer sim para a federalização para que o processo se desencadeie”, diz Souto.
Para o deputado federal, Newton Lima, a federalização é o único caminho viável: “A prefeitura passa o hospital para a universidade que fará um convênio com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Essa é a única maneira do Hospital Escola cumprir com seu objetivo inicial, que é atender as demandas da rede municipal de saúde e funcionar como hospital de ensino”.
O deputado destaca ainda que a cesta de recursos para a manutenção do hospital está desenhada desde o início: “Ou seja, com a federalização o Hospital Escola receberá recursos da prefeitura e dos Ministérios da Educação e Saúde”.
REPASSES
O presidente da Sahudes, Sebastião Elias Kuri, afirmou na reunião do Conselho Administrativo do Hospital Escola, estar “com dificuldade de relacionamento com a atual Secretaria Municipal de Saúde, em especial para conseguirmos os repasses previstos no contrato de gestão”.
Segundo o secretário da saúde, o repasse tem sido feito de maneira adequada: “O que ocorreu foi que nos dois últimos meses a Prefeitura antecipou os repasses, até antes do dinheiro que vem do Ministério cair na conta do Fundo Municipal da Saúde. Porém, fomos notificados pelo Tribunal de Contas de que essa antecipação não poderia ser mais realizada. Recebemos a informação que nesta sexta-feira (10) o governo federal fará o repasse dos R$ 700 mil para o Fundo, que imediatamente repassará para o HE”, explica.