Filantrópicos atendem mais da metade dos casos de Covid
Dados da DRS-3 de Araraquara mostram que hospitais filantrópicos da regional atenderam 65,55% dos casos agravados da infecção
Reportagem: Hever Costa Lima
De janeiro a maio, período mais crítico da pandemia da Covid-19, as Santas Casas e hospitais filantrópicos do Estado de São Paulo deram suporte e atenderam mais da metade dos casos da doença, como mostraram os dados levantados pela Fehosp (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo).
A DRS-3 (Departamentos Regionais de Saúde) de Araraquara foi responsável por 65,55% dos atendimentos dos casos de Covid-19. Há instituições do setor que atenderam 99,2% dos registros, como as que integram a DRS de Franca. Outras DRS em que os hospitais filantrópicos se destacaram com o maior percentual de atendimento são Araçatuba (85,2%); São João da Boa Vista (71,1%); Barretos (69,9%); e Sorocaba (69,3%).
“Apesar de todas as dificuldades financeiras que as entidades filantrópicas enfrentam, elas fizeram e continuam fazendo todos os esforços para disponibilizar seus leitos, tratar os pacientes e salvar o maior número possível de vidas”, afirma o diretor-presidente da Fehosp, Edson Rogatti.
Segundo o governo paulista, o Estado de São Paulo terminou o mês de julho com uma redução de 49% na média diária de novos óbitos e de 22% de novos casos de Covid-19 em comparação às médias de abril, marcado por balanços recordes da segunda onda da pandemia. As reduções, de acordo com o Executivo, são resultado da campanha de vacinação e das medidas de prevenção contra a doença.
VACINAÇÃO – Em um recorte regional, São Carlos (SP) já atingiu o total de 233.319 doses aplicadas, sendo a primeira dose: 173.406 doses que representa 68,14%; 59.910 pessoas já receberam a segunda dose, o que equivale a 23,54% do público acima de 18 anos, segundo dados da Prefeitura.
Araraquara já aplicou 226.537 doses, sendo 158.919 da primeira dose, 61.676 na segunda dose e 5.942 de dose única.
PROSPECÇÃO – Apesar da queda, uma nova situação preocupa os hospitais filantrópicos, no pós-pandemia: a demanda represada de consultas, exames e cirurgias. “Essa questão vai se somar a outros atendimentos diários realizados pelas instituições, como casos de acidentes, partos, entre outros, além dos tratamentos das sequelas da Covid-19, o que traz um grande desafio daqui por diante”, ressalta Rogatti.
“Que o Ministério da Saúde e o governo federal reconheçam a importância destas instituições e o protagonismo que assumem em defesa do SUS no Brasil e, juntos, possamos traçar caminhos para enfrentar, da melhor forma possível, o que está por vir”, conclui.
As Santas Casas e hospitais filantrópicos são responsáveis por 50% dos atendimentos do SUS (Sistema Único de Saúde) na média complexidade e 70% na alta complexidade. Em algumas cidades, são os únicos equipamentos de saúde disponíveis à população, atendendo a todas as classes sociais.
