Greve dos correios continua em São Carlos
Mesmo com a ameaça de descontar os dias parados, os carteiros de São Carlos continuam em greve. Segundo Edmilson Pereira de Carvalho, diretor regional do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios/Campinas, 80% dos carteiros na cidade de São Carlos continuam em greve em São Carlos.
Carvalho informou ainda que o Centro de Distribuição da Vila Prado está com 80% dos carteiros parados, enquanto o CDD Centro com 30%.Os grevistas pedem recomposição salarial e melhoria nas condições de trabalho. Em São Carlos, segundo o sindicato, há necessidade de contratação de aproximadamente 30 novos carteiros. “Os Correios foram abandonados pelo governo federal e existe a discussão de tercerizar a entrega de correspondências”, explica Carvalho.
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse ontem (26) que os Correios não negociarão com os trabalhadores em greve o pagamento dos dias parados. Segundo o ministro, quase 80% da categoria já retornaram às atividades normais. A entidade que representa os funcionários em todo o país, contudo, garante que, de acordo com o último balanço, pelos menos 75% dos 107.940 trabalhadores aderiram à paralisação, iniciada no dia 14.
Na última sexta-feira (23), os Correios rejeitaram a contraproposta apresentada pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect). A entidade negocia um aumento linear de R$ 200, a reposição da inflação de 7,16% e o aumento do piso salarial de R$ 807 para R$ 1.635. A categoria também exige a contratação imediata de todos os aprovados no último concurso público dos Correios.
A empresa, por sua vez, manteve a proposta apresentada antes do início da greve: reajuste salarial de 6,87%, mais aumento real de R$ 50 e abono de R$ 800.
De acordo com Maximiliano Velasquez, da Fentect, o movimento grevista vem ganhando força e, somente ontem, ganhou a adesão de mais de 1,5 mil funcionários das regiões Sul e Sudeste. “Até a sexta-feira [23], nós estávamos com cerca de 70% da categoria parada. Hoje (ontem), a paralisação chega a 75% dos trabalhadores e o movimento é crescente.”
O sindicalista assegurou que os funcionários em greve não se negam a pagar os dias não trabalhados, mas querem fazê-lo na forma de reposição das horas paradas. “Não queremos que a empresa seja prejudicada. Queremos pagar esses dias, mas na forma de horas extras, de mutirões, trabalhando aos finais de semana. Só não queremos que o desconto seja feito em dinheiro, em nossos salários. E isso é vantajoso também para a empresa que, para normalizar os serviços, teria que nos pagar horas extras. (JEFERSON VIEIRA – com informação da EBC){jcomments on}