Feministas realizam protesto pela reabertura da Casa Abrigo
Com gritos de ordem do tipo “a violência não espera”, a frente feminista de São Carlos tenta se mobilizar contra o fechamento da Casa Abrigo. Cerca de 50 manifestantes se encontraram no Mercado Municipal por volta das 13h30, e marcham rumo a Câmara Municipal, onde pretendem reivindicar uma posição por parte da Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social, no sentido da reabertura imediata da Casa Abrigo ‘Gravelina Terezinha Leme’, e a garantia da continuidade e fortalecimento do Centro de Referência da Mulher e outros serviços de apoio e proteção à mulher na cidade.
Abaixo, a carta aberta de repúdio distribuída pelos manifestantes durante o protesto:
“A Casa Abrigo “Gravelina Terezinha Leme” foi fechada pela Prefeitura de São Carlos, por tempo indeterminado e sem garantia de sua reabertura. Após seu fechamento, muitas mulheres sofreram violência, e não puderam recorrer a um local seguro onde pudessem se abrigar com seus filhos.
A Casa Abrigo tem a função de proteger estas mulheres que, sem ela, estão sujeitas a agressões que vão do xingamento à humilhação, do espancamento ao estupro. Muitas vezes à morte. Até o presente momento, por questões de segurança, não foram divulgadas informações sobre o paradeiro dessas mulheres e crianças, porém, tão pouco se sabe se suas atuais condições de moradia, alimentação e outros serviços básicos, previstos em Lei Federal, estão sendo cumpridos.
O fechamento da Casa Abrigo representa enorme retrocesso de um direito já conquistado pelas mulheres da cidade de São Carlos e demonstra a falta de prioridade por parte do governo municipal em relação às políticas públicas.
São Carlos abandonou suas mulheres. Além de serem vítimas de violência, não encontram respaldo do Poder Público.
A argumentação do Sr. Prefeito e da Sra. Secretária Municipal é de que a casa utilizada anteriormente como Casa Abrigo, estava em situação precária e que é necessária a mudança de endereço a cada dois anos por questão de segurança. Pois então o que se passou – o fechamento da Casa Abrigo – foi, no mínimo, falta de planejamento.
É sempre bom lembrar: A violência não espera. Ninguém deixa de agredir uma mulher porque a Casa Abrigo está fechada. A cada 8 horas, uma mulher em São Carlos é vítima de agressão. Onde estão elas? Estão recebendo tratamento adequado? Sem prejudicar o sigilo imposto para a situação, bem ao contrário, não temos resposta para estas questões.
O serviço de atendimento às mulheres em situação de risco estava garantindo na cidade há mais de 10 anos! Agora não está mais.”