HU-UFSCar ampliará 6 leitos de UTI e 10 de enfermaria para Covid-19
Prefeitura de São Carlos e Hospital Universitário fecharam convênio para atender maior demanda de pacientes graves
O Hospital Universitário (HU-UFSCar) em São Carlos (SP) irá abrigar mais seis leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e dez de Enfermaria para atender os pacientes Covid-19. Com isso, a Prefeitura atende a necessidade de ampliação de leitos especiais como enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.
A confirmação foi revelada pelo médico e diretor-superintendente do HU, Fábio Neves, ao Primeira Página, que acrescentou que haverá a compra de equipamentos hospitalares pela Prefeitura no valor estimado de R$ 900 mil e o subsídio mensal para a compra insumos hospitalares, como o Kit intubação, no valor de R$ 150 mil. O HU contratará 30 profissionais assistenciais pagos pela Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) – gestora dos hospitais universitários – além do aporte de R$ 350 mil, via Ministério da Saúde, para o custeio dos leitos especiais para Covid-19.
A previsão para o funcionamento dessa estrutura é de no mínimo 20 dias. A compra dos equipamentos já está em andamento na Prefeitura e a adequação do espaço para transformar em UTI já ocorre no HU. “Previsão de iniciarmos no dia 15 de julho”.
Dos 75 leitos do HU credenciados no SUS (Sistema Único de Saúde) 20 serão de UTI, seis de semi-intensivo de suporte ventilatório e dez de enfermaria especial para o tratamento da Covid-19. Não haverá um aumento numérico de leitos, mas uma qualificação dos já existentes. “O hospital está com uma obra para ser entregue em novembro, até lá não temos espaço físico e infraestrutura com rede de gases medicinais para aumentar o número de leitos”.
O superintendente disse ainda que a necessidade da cidade e região é a criação de leitos habilitados e aptos a atender os pacientes críticos que estão nas estruturas pré-hospitalares como Centro de Triagem e UPA (Unidade de Pronto Atendimento). “O ideal é que o atendimento dos pacientes não passe de 12 horas nestas unidades fora do hospital”.
O médico reforçou que a união de forças entre a Prefeitura, HU e a Ebserh é que proporcionou a qualificação dos leitos. “Houve um esforço da Ebserh em prover pessoal. Vamos aumentar em pelo menos R$ 500 mil mensais o custeio do HU”.
O HU dobrou o custo da folha de pagamento com a pandemia. Foram contratados, em forma temporária e emergencial, cerca de 130 pessoas, com isso, aumentou em 70% o número de funcionários e o custo foi de R$ 2 para 4 milhões. “O custeio mensal para a manutenção dos leitos e insumos hospitalares é de, em média, R$ 2 milhões”.
ÍNDICE – Neves disse que a taxa de sobrevida da UTI do hospital é acima da média das unidades do SUS. “A cada cinco pacientes quatro recebem alta. A média no SUS é a metade. Estamos com a taxa de mortalidade na unidade de 18,5% é um índice que só os hospitais privados de alto padrão conseguem atingir”. Ele considera que o número favorável se dá pelo planejamento da cadeia de suprimentos, pelo suporte multidisciplinar e o investimento tecnológico nos equipamentos de alta qualidade.
Eu mesmo supervisiono toda a cadeia de compras de medicação. Não deixamos faltar nada. Temos sempre medicação para pelo menos 30 dias. A equipe multiprofissional como fisioterapeuta e fonoaudiólogo na UTI é 24 horas. No SUS somos pioneiros nesse quesito. E os equipamentos da unidade são de ponta. A junção desses elementos traz a excelência”.
Neves falou que a pandemia da Covid-19 em São Carlos tem só se agravado. “A doença está acometendo cada vez mais jovens. Tivemos um paciente de 14 anos de idade na UTI. Cada vez mais jovens estão adoecendo e com o quadro clínico agravando. O custo social é altíssimo para o país. São pessoas ativas e mantenedoras da economia familiar que ficam impossibilitadas de gerar renda por um longo período, trazendo um impacto social enorme”.
Com o avanço da vacinação, a média de idade dos pacientes de UTI no HU, que era de 70 anos, caiu para 40 anos. “Hoje a maioria dos pacientes graves está com 50 anos”.