9 de Outubro de 2024

Dólar

Euro

Cidades

Jornal Primeira Página > Notícias > Cidades > Indústria aquece geração de empregos em São Carlos

Indústria aquece geração de empregos em São Carlos

Em 2021 já foram criados 797 novos postos de trabalho; Ciesp considera aumento pontual e ligado à exportação

01/04/2021 12h27 - Atualizado há 4 anos Publicado por: Redação
Indústria aquece geração de empregos em São Carlos Fotos: Divulgação

O setor da indústria de São Carlos (SP) liderou a geração de empregos nos dois primeiros meses de 2021 criando 797 novos postos de trabalho. Considerando o desempenho do segmento no ano passado que em 12 meses gerou apenas 237 novas vagas, expoentes do setor vislumbram uma retomada da economia.

Na avaliação do diretor titular do Ciesp, Emerson Chu, os números podem ser tanto um aumento na exportação, como um aumento da demanda do próprio mercado interno. “Sem contar que a possibilidade de volta às aulas no início do ano pode ter contribuído para a boa expectativa da indústria em relação às vendas, favorecendo essa contratação”.

O diretor ainda considera que o resultado detalhado da pesquisa aponta que a geração de emprego ocorreu de forma bem pontual. “De acordo com o levantamento do Caged, o aumento foi maior em dois segmentos específicos – fabricação de compressores e fabricação de canetas, lápis e outros artigos para escritórios – responsáveis por 70,5% do total de empregos gerados pela indústria”.

O secretário municipal de Trabalho Emprego e Renda, Orlando Mengatti Filho, o Nino, diz perceber uma onda positiva na empregabilidade. Porém, ainda é um crescimento insuficiente para atender a demanda das pessoas que estão desempregadas na cidade. “Para retomarmos o crescimento da economia, precisamos ampliar o número de vacinas. A boa notícia é que São Carlos aumentou em duas semanas em 70% o número de pessoas vacinadas. Estamos no caminho certo”.

Os dados de fevereiro do Caged reforçam o quanto é importante manter a indústria ativa. “Esses dados mostram que não parar a indústria é sim uma boa ideia, porque é o setor industrial que está sustentando os empregos e gerando saldo positivo”, ressalta Chu.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos, Wanderlei Strano, afirmou que o setor da linha branca de eletrodomésticos está superaquecido. Porém, muitas destas contratações são temporárias. “Esperamos que a Indústria mantenha a média de 30% para a contratação efetiva”.

Strano reforça que não há uma expectativa muito positiva. “Temos de levar em consideração que a indústria automotiva está em queda com fábricas paradas, como a Volkswagen. Outro setor que sofre com a pandemia é o de fabricação de próteses médicas. Com a Covid-19, as cirurgias eletivas foram suspensas. As indústrias deste setor em São Carlos passam por dificuldades”.

Para Chu, apesar do resultado positivo, a indústria vem sofrendo, de modo geral, com as restrições econômicas provocadas pela pandemia e pela paralisação do Comércio e de Serviços. “É difícil prever como serão os próximos meses, porque estamos vivendo uma fase muito instável. Mas a tendência é que, com os protocolos de segurança adotados pela Indústria para evitar a disseminação do coronavírus, as fábricas permaneçam ativas”, afirma o diretor do Ciesp.

CONSTRUÇÃO CIVIL – A Indústria da Construção Civil que em 2020 ficou muito tímida ao gerar 31 vagas de trabalho, dá sinais de reação e em dois meses de 2021 já empregou 142 pessoas. Para o membro do Conselho Consultivo da Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de São Carlos (AEASC), Carlito Martins, no primeiro semestre do ano passado o medo do contágio do coronavírus fez o segmento retrair. “Entretanto, a partir do quarto trimestre de 2020, que vem se prolongando até hoje, há uma procura por projetos de Construção Civil para suprir a demanda da população. A nossa expectativa é que tenhamos uma retomada acelerada do setor”.

Contraponto

As vendas reais da indústria de transformação paulista recuaram 3,5% na passagem de janeiro para fevereiro, livre de influências sazonais, conforme aponta o Levantamento de Conjuntura da Fiesp/Ciesp.

As Horas Trabalhadas na Produção caíram 0,3% em fevereiro em relação a janeiro e o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) recuou 0,6 ponto percentual, atingindo 78,5%, se distanciando da média histórica (79,3%). Os resultados das Horas Trabalhadas e do NUCI interromperam uma sequência de nove altas consecutivas.

Os resultados da indústria paulista em fevereiro refletem o agravamento da pandemia e as medidas de restrição de mobilidade impostas em algumas cidades. O avanço no processo de vacinação será fundamental para impulsionar a atividade econômica. O progresso em direção à normalização total da economia graças à vacinação deve gerar aceleração do crescimento a partir de meados do 2º trimestre.

PANORAMA – Os dados do Caged de fevereiro em São Carlos mostram que o saldo da indústria no 2º mês do ano foi de 595 novos postos de trabalho. Em segundo lugar veio o setor de Serviços, com 272, seguido por Construção (82), Comércio (78) e Agropecuária (24).

Fôlego

Setor de Serviços mantém alta na contratação

O segmento de Serviços mostrou alta significativa de contratação e no ano já gerou 735 novas vagas. O crescente na empregabilidade do setor já vem de 2020 que fechou o ano com saldo positivo de 1.032 postos de trabalho, puxado pelo Microempreendedor Individual (MEI), segundo dados do Sebrae.

A procura pela formalização por meio do registro como MEI continua em ritmo de crescimento no país, mesmo diante das dificuldades impostas pela pandemia da Covid-19. Somente em 2020, foram registrados 2,6 milhões de novos MEI. O número é o maior registrado nos últimos cinco anos, de acordo com levantamento feito pelo Sebrae com dados da Receita Federal. O Brasil conta com mais de 11,3 milhões de microempreendedores ativos.

Houve uma alteração nesse cenário com o aumento de quase 15% do número de novos MEI no setor varejista de vestuário e acessórios, que superou a marca de 180 mil novos registros em 2020. Entretanto, o maior crescimento do número de novos MEI foi identificado nas áreas de Transportes (86%), Restaurantes e Similares (59%), Fornecimento de Alimentos para Consumo Domiciliar (48%) e Comércio Varejista de Bebidas (41%).

Segundo o presidente do Sebrae, Carlos Melles, houve uma mudança de perfil dos MEI entre as atividades econômicas mais procuradas. “O setor de cabeleireiros, manicure e pedicure, por exemplo, que em 2019 estava no topo com o maior número de MEI abertos, teve uma queda de quase 20% no ano passado. Essa mudança, com certeza, está diretamente relacionada aos impactos provocados pela pandemia do novo coronavírus”, analisa.

Recomendamos para você

Comentários

Assinar
Notificar de
guest
0 Comentários
Comentários em linha
Exibir todos os comentários
plugins premium WordPress
0
Queremos sua opinião! Deixe um comentário.x