Itaqueri da Serra: o berço esquecido do município
Antigo lugar de descanso dos bandeirantes no Século XVIII, lugarejo foi se esvaziando com a migração para o centro urbano de Itirapina

Podemos dizer que Itaqueri da Serra é o berço da cidade de Itirapina. A vila se originou por volta de 1770, provavelmente como área de parada de bandeirantes para repouso antes de seguir viagem em busca de ouro e de aventuras.
Oficialmente, o povoado foi fundado em 1781 com o nome de “Sesmaria do Itaqueri”. O povoado recebeu, inicialmente, grupos de colonizadores portugueses vindos da Ilha da Madeira. No centro do vilarejo, foi construída, em 1839 a Capela de Nossa Senhora da Conceição. A partir de 1840, começaram a chegar os primeiros grupos de escravos trazidos da África.
Anos mais tarde o lugarejo ganharia novos sotaques. Imigrantes italianos teriam chegado a partir de 1880. Em abril de 1871, Itaqueri foi elevada à categoria de distrito e teve suas divisas demarcadas.
A formação da vila de “Itaqueri de Baixo”, no pé da serra, é considerada, por alguns, como o início da “decadência” da vila, pois moradores começaram a se transferir para a vila “de baixo”. Até a primeira metade do século XX, foi uma das mais importantes aglomerações urbanas da região que hoje é o município de Itirapina, sendo, portanto, considerada a vila onde o município de Itirapina nasceu.
O distrito de Itaqueri, atualmente é um local muito tranquilo. No local vivem cerca de 40 pessoas. O distrito possui um rico conjunto arquitetônico, como a casa em que nasceu o político brasileiro Dr. Ulysses Guimarães, o armazém Feltrim e um cemitério em estilo bizantino.
A Capela de Nossa Senhora da Conceição foi construída em 1839. A imagem da santa é de origem portuguesa, esculpida em carvalho trazidos da Ilha da Madeira. Atualmente a capela mantém a sua originalidade com destaque para seu interior, coberto inteiramente com azulejo. Outro destaque do local é a Festa da Padroeira Nossa Senhora da Conceição, que acontece anualmente em dezembro.
Além de todas essas riquezas, o local possui um enorme potencial para o turismo rural, dependendo apenas da mobilização da comunidade. Em uma visita recente pude identificar inúmeros produtos feitos na localidade e nos sítios vizinhos, com destaque para a Cachaça do Lobo, o queijo da Dona Nahir, doce de leite da Dona Santa entre outros produtos.