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Mais de 50% utilizam apps para compras, transportes e serviços

Pesquisa da Fundação Seade aponta alimentação e transporte por aplicativos mais solicitados por mais jovens, escolarizados e maior renda

26/10/2023 22h18 - Atualizado há 1 mês Publicado por: Redação
Mais de 50% utilizam apps para compras, transportes e serviços Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Pesquisa da Fundação Seade revela que 51% dos moradores do Estado de São Paulo utilizam aplicativos para compras, transportes e serviços, sendo a proporção de consumidores na capital (54%) superior à do interior do Estado (49%). O levantamento sobre os hábitos de consumo por apps mostra também que os mais jovens (67%), mais escolarizados (63%) e os de famílias com maiores rendimentos (73%) são os que mais utilizam o serviço.

Os resultados mostram que metade da população usou aplicativos para compras, entregas ou contratação de serviços, sendo o celular seu principal meio de acesso (78%), proporção superior ao consumo por meio de sites ou navegadores convencionais.

Além disso, quase dois terços dos consumidores (62%) utilizaram aplicativos pelo menos uma vez por semana (sendo que 26% declararam que usam todos os dias), majoritariamente para serviços de aquisição de alimentação (41%) e transporte (14%). Os demais apontaram usos em modalidades como supermercados, plataformas de compras online, mercadorias e serviços diversos de limpeza, manutenção da casa ou cuidados de pessoas, o que denota a diversidade de oferta dessa tecnologia.

O hábito de consumir por aplicativos, segundo a pesquisa, se diferencia conforme os atributos demográficos e socioeconômicos. A proporção de homens (53%) que reportaram essa prática é ligeiramente superior à das mulheres (49%). Por faixa etária, o consumo por apps é mais citado entre as pessoas de 18 e 29 anos (67%) do que nos estratos de 30 a 44 anos (65%), 45 a 59 anos (51%) e de 60 anos ou mais (21%). Os resultados apontam que, quanto à escolaridade, o consumo por aplicativo é maior entre aqueles que possuem ensino superior (63%), seguido por ensino médio (46%) e fundamental (13%).

 

Renda e idade diferenciam uso de apps para compras

Entre as conclusões do estudo, como é frequente na apropriação das tecnologias de informação e comunicação (TICs), o hábito de compras por aplicativo é desigual e menos frequente entre os segmentos de baixa renda, idosos e menos escolarizados.

E na análise a partir da renda, os resultados mostram que 73% dos consumidores de famílias com rendimento superior a 10 salários mínimos usaram aplicativos para compras ou contratação de serviços. Os índices decrescem para 68% (mais de 3 a 10 salários mínimos), 45% (mais de 1 até 3 salários mínimos) e apenas 21% (até 1 salário mínimo).

Para realizar os pagamentos por meio de aplicativos, 64% dos consumidores responderam que utilizaram o cartão de crédito, 19% pagaram com Pix e 17% citaram outras formas de pagamento. A pesquisa também aponta que o uso do cartão de crédito é maior entre aqueles de 30 a 44 anos (68%) e menos frequente entre os de 18 a 29 anos (55%). O uso do Pix para compras por aplicativos atinge o patamar de 35% entre os mais jovens, superando todas as demais proporções observadas.

O estudo foi realizado por meio de coleta remota, utilizando Unidade de Resposta Audível (URA), entre 22 e 24 de fevereiro de 2023. A amostra ouviu 4.061 entrevistados de 18 anos ou mais, e considerou o mês anterior (janeiro/2023) às entrevistas como período de referência.

 

ANÁLISE

Sociólogo ressalta afinidade dos jovens com apps

Graduado e mestre em História e doutor em Sociologia, com especialização em Educação, o professor Fransérgio Follis explica que a maior utilização de apps pelos mais jovens se explica pela maior afinidade, confiança e domínio das ferramentas desse tipo de comunicação por parte desse grupo. “Boa parte deste público já nasceu em contato com essa ferramenta tecnológica e, por isso, a encara a sua utilização com mais naturalidade que os mais velhos”, explica ele.

Segundo ele, a utilização por grupos de maior escolaridade e maior renda diz respeito ao maior poder de compra e de  conhecimento sobre os apps, possibilitando aos mesmos o acesso uma gama variada de produtos de marcas, características e preços diferentes, permitindo aos mesmos diversas comparações entre os produtos ofertados.

Segundo Fransergio, entre as conclusões do estudo, como é frequente na apropriação das tecnologias de informação e comunicação (TICs), o hábito de compras por aplicativo é desigual e menos frequente entre os segmentos de baixa renda, idosos e menos escolarizados.  “Os de baixa renda possuem menos poder de compra e, geralmente, menos acesso e ou conhecimento e confiança nas compras por apps. Os idosos formam o grupo que resiste mais por não estarem acostumados com o uso de celulares e dos apps, o que gera mais dificuldades na utilização e também desconfiança. creio que o menor uso pelo grupo formado pelos menos escolarizados geralmente é por coincidir com fatores do grupo que possui menor poder de compra e em razão de terem menos conhecimento sobre a utilização de apps, fatores que acabam resultando em menos habilidade e confiança sobre a sua utilização em compras”, analisa.

A grande preferência pelo uso do cartão de crédito nas compras, segundo o sociólogo, se deve ao fato de ser uma forma mais costumeira e também pelo fato de poder pagar posteriormente. “Outros fatores podem estar ligados ao ganho de benefícios via pontuação por uso do cartão e também por permitir até mesmo o parcelamento no preço à vista e mesmo o parcelamento via crédito rotativo, o que não é recomendado tendo em vista os juros exorbitantes, mas que, mesmo assim, muito utilização na emergência”, destaca o especialista.

Por outro lado, segundo ele, a maior utilização do pix pelos mais jovens pode estar ligado ao fato desses estarem optando pelo não uso de cartão de crédito para evitar endividamento e também pelos descontos que muitas vezes é concedido pelo vendedor quando o pagamento é efetuado via PIX. “Creio que os mais jovens também estão mais familiarizados e acostumado com o PIX”, afirma Fransérgio.

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