Material reciclável aumenta em 4 t. no Carnaval
O lixo que chegou à Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de São Carlos (Coopervida) durante o Carnaval aumentou em pelo menos 4 toneladas, o que equivale a 20% do total. Em dias normais, a cooperativa recicla perto de 12 toneladas (t.), mas no último final de semana o número passou para 16 toneladas por dia, cerca de quatro caminhões.
A avaliação é do cooperado da Coopervida, Everton Donizeti, que afirmou não ter tido feriado por conta do aumento da demanda de lixo que chegou à sede da Coopervida para triagem.
Líder absoluto em volume está a lata de alumínio de cerveja e refrigerantes, material que chegou dos clubes e salões de festa da cidade. O vidro, principalmente vindo de garrafas de bebidas, está em segundo lugar no ranking dos materiais reciclados. “Garrafas Pet e papelão são em menos quantidade nessa época”, afirmou Donizeti.
Ele também informou que a cooperativa não atuou no desfile das escolas de samba no domingo e segunda-feira. “Por lá ficou com conta dos catadores autônomos que em grande número fizeram a triagem no local e revenderam para os postos de ferro-velho da cidade”, informou.
O dono da Metais Líder,em São Carlos, Antônio Carlos Bezerra, principal comprador de alumínio da Coopervida, afirmou que os catadores autônomos estão em compasso de espera para vender o que conseguiu juntar durante esse período. Ele afirmou que os preços do alumínio estão em baixa no momento. Anteriormente os valores giravam em torno de R$ 3,00 o quilograma (kg), atualmente estão perto de R$ 2,40. “Por conta disso, muitos autônomos preferem reter o produto à espera de uma melhora dos preços no mercado”, afirmou.
A presidente da cooperativa de São Carlos, Elizabeth Gonçalves, contou que já recolheu todo o material para processo de reciclagem. “Carnaval para nós é aqui mesmo pulando e separando o material”.
Segundo o presidente da escola de samba Acadêmicos do São Carlos 8, Fernando Ricardo de Abreu, boa parte do material utilizado pela escola será guardado para ser reutilizado no próximo carnaval.
“A base das fantasias e alegorias é feita de tecido sintético TNT. Esse tecido é um polipropileno vindo da resina plástica produzida a partir do gás propileno, que é um subproduto da refinação do petróleo. Isto posto, polui porque é derivado de petróleo”, relata.
Por conta disso, os carnavalescos da cidade preferem reutilizar o material em carnavais subsequentes.
Para o presidente da Liga, Paulo Domingos dos Santos (Paulinho), não há uma estatística de quanto cada escola recicla e reutiliza nas fantasias e alegorias. “Cada escola escolhe o próprio material de trabalho; algumas conseguem atingir 100% de reutilização, outras apenas 50%. E esse número varia de ano para ano”, afirma.