Mesmo com agendamento antecipado, pessoas ficam sem receber doses da CoronaVac no ‘Drive Thru’ da FESC
Situação ocorreu entre às 12h30 e 13h, horário final da vacinação nesta segunda-feira (13) no referido posto de imunização
Reportagem: Jean Guilherme
Após ‘encararem’ por alguns minutos na fila de veículos o intenso sol depois do meio dia desta segunda-feira (13), tendo como intuito o recebimento da vacina CoronaVac, sendo a 2ª ou mesmo a 3ª dose que passou a ser aplicada em idosos, algumas pessoas que agendaram virtualmente e de forma antecipada, como foi estabelecido e solicitado pela Prefeitura Municipal de São Carlos (SP) e buscaram pela aplicação no método ‘Drive-Thru’ no posto da FESC (Fundação Educacional de São Carlos), necessitaram retornar para as suas moradias sem receber o imunizante.
Segundo apurou a reportagem do Jornal Primeira Página, o fato ocorreu com cidadãos que agendaram pela vacinação após as 12h30, e que somente depois das 13h, horário este estabelecido para o fim da imunização na unidade, foram informados em seus veículos que não seria aberto um novo lote da vacina, devido à falta de pessoas para receberem as 10 doses que vem na embalagem.
“Em um pedaço de papel qualquer, sem nenhum controle, a pessoa que aplicava a vacina veio até o meu carro e somente informou que eu não iria mais ser vacinado – brincando – e disse ser mentira, porém, que eu teria que retornar no dia seguinte (terça-feira, 14), em qualquer horário e sem pegar fila, somente com o pedaço de papel escrito: ‘FESC, 9h, 14/9/2021’, a procurar para que pudesse então ser vacinado, um total descaso”, relatou José Carlos, que tinha em seu automóvel dois idosos acima de 85 anos, para receberem a 3ª dose da vacina CoronaVac.
A situação se repetiu com Maria Amélia, uma contadora que aguardou por 48 minutos na fila de veículos com sua filha, para que a jovem pudesse receber a 2ª dose da vacina: “Quem buscava pela dose da AstraZeneca, logo fazia o seu cadastro que é necessário antes da vacinação, recebia o imunizante e deixava o local, porém, o descaso com que aguardou por quase uma hora foi tremendo, mostra que o novo sistema não resolveu em nada a situação do assunto vacinação em São Carlos (SP), pois, não existe um controle”, finalizou a mulher.
No dia 31 de agosto, o Portal do Jornal Primeira Página relatou a falta de organização nas filas para quem buscava senhas com o intuito de receber a vacinação contra a Covid-19, fato que causou transtornos e bastante irritação aos adolescentes e seus pais, principalmente na UBS (Unidade Básica de Saúde) do bairro Santa Felícia.
Na ocasião, diante do recebimento da denúncia quanto ao caso, a reportagem, por intermédio do ‘Direto das Ruas da Cidade’, quadro do Programa Fala São Carlos, que vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 10h na Rádio São Carlos AM 1.450 khz, esteve na referida unidade e logo na chegada, pode presenciar uma mãe que, por atitude própria, tomou posse de um rolo de ‘esparadrapo’ e passou a colar pequenos pedaços com numerações nas mãos dos menores que ali estariam desde às 6h30, com o intuito de auxiliar quem buscava pelo recebimento da 1ª dose do imunizante contra o coronavírus.
“Ontem (segunda-feira – 30 de agosto), eu cheguei aqui na mesma unidade e entrei na fila com minha filha, por volta das 6h30 e em nossa frente tinham algumas pessoas, mas estaríamos garantidos quanto ao recebimento da dose da vacina, porém, por volta das 12h30, quando começaram a serem distribuídas as 150 senhas disponíveis, fomos informadas que a quantia já havia se esgotado e isso tudo foi devido à falta de organização e respeito com as pessoas que desde o início da manhã ficaram em pé, encararam o sol e tiveram a frente cortada por pessoas que chegaram próximo ao horário de início da aplicação das doses e trapaceando, foram privilegiadas”, ressaltou.
“Hoje (terça-feira – 31 de agosto), retornei aqui, cheguei ao local no mesmo horário e por atitude própria busquei por um rolo de ‘esparadrapo’ e uma caneta e passei a percorrer a fila para numerar outros menores além da minha filha, que ontem também foram lesados com o caso ocorrido”, finalizou.
Segundo relatou na presença da reportagem, o Subtenente da Reserva da Polícia Militar, Milton Bastos, que foi quem denunciou o fato para a reportagem, ele e sua filha também foram lesados quanto ao fato.
“Chegamos cedo, ficamos na fila e do nada começaram a surgir adolescentes que saíam da escola, se aglomeraram, alguns sem máscaras de proteção facial e simplesmente pegaram as senhas na nossa frente”, disse.
“Entrei em contato com alguns conhecidos da prefeitura, tentei uma solução para que ninguém fosse prejudicado, mais infelizmente o que tivemos que fazer ao retornar no dia de hoje foi tomar atitude e buscar por alguma providência, chamar a imprensa e assim aguardar por melhorias, se é que isso é possível”, finalizou Milton.
Enquanto o nosso jornalismo conversava com o denunciante para se inteirar do ocorrido, outros pais, mencionando já terem ido a outras unidades de saúde da cidade, também mostraram indignação quanto à falta de organização dos órgãos públicos em questão da vacinação para os adolescentes do município.
Procurado no início da tarde desta segunda-feira (13), o secretário de Saúde de São Carlos (SP), Marcos Palermo, disse que uma reunião seria realizada com os líderes do posto de vacinação da FESC (Fundação Educacional de São Carlos), porém, até o fechamento desta matéria, nenhum retorno quanto ao que foi discutido foi repassado para a reportagem do Jornal Primeira Página.