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Mulheres empreendedoras se esforçam para driblar crise

Levantamento da Fundação Seade aponta que 27 em cada 100 mulheres ocupadas em 2019 perderam trabalho em 2020

09/03/2021 09h02 - Atualizado há 4 anos Publicado por: Redação
Mulheres empreendedoras se esforçam para driblar crise Fotos: Divulgação

Estudo da Fundação Seade do governo de São Paulo apontou que no primeiro ano da pandemia, as mulheres na Região Metropolitana de São Paulo foram as mais afetadas pela crise, resultando em menos trabalho, mais desalento e maior dependência de mecanismos de transferência de renda.

Entre as mulheres ocupadas em 2019, 27% não estavam mais trabalhando no final de 2020: 11% foram para o desemprego e 16% para a inatividade. Entre as desempregadas em 2019, 40% continuavam sem trabalho e 31% foram para a inatividade. Apenas 7% das mulheres migraram para uma condição de atividade mais favorável, passando do desemprego ou da inatividade para ocupação.

SÃO CARLOS – Diante da constatação que a pandemia afetou a empregabilidade da mulher em São Paulo, o Primeira Página conversou com a presidente e vice-presidente do Conselho de Mulheres Empreendedoras (CME) de São Carlos, ligado à Associação Comercial e Industrial de São Carlos (ACISC), Juliana Favoretti Tomase e Ângela Maria Masselli Oioli, respectivamente.

Para elas, o Conselho das Mulheres Empreendedoras de São Carlos percebeu esta realidade que a pesquisa da Fundação SEADE na empregabilidade de mulher em São Carlos. “Sim, nossas companheiras acompanham os números da cidade. Nossas colegas são todas donas de negócios e, há um ano, vêm sendo submetidas às novas condutas comerciais, para manter a atividade aberta. Apesar dos esforços ficam longe da realidade de antes da pandemia” afirmou Juliana.

Na avaliação da direção do Conselho, a sociedade organizada e poder público deveriam se programar para uma retomada da empregabilidade da mulher na cidade. Contudo, nesse momento, o poder público está à mercê da legislação da pandemia e está focado no cuidado da saúde da comunidade. “A ACISC e outras entidades da sociedade organizada são quem estão fazendo a diferença neste momento. Orientando novas formas de condução dos negócios, formas de comercialização dos produtos e análise financeira”, afirmou Ângela.

Sobre qual o papel do Conselho das Mulheres Empreendedoras na sociedade, elas afirmaram que nas atuais circunstâncias é necessário continuar apoiando e oferecendo soluções aos empreendedores para diminuir os impactos da pandemia na economia. “Mantemos os treinamentos online, buscando parcerias com novos conteúdos em reuniões virtuais (live) com profissionais da psicologia, economia e negócios. A ACISC tem se colocado à disposição, assessorando em tudo o que pode para diminuir o impacto da pandeia no comércio. O importante é que criamos novos comportamentos, nossas formas de olhar para os negócios”, afirmou Juliana.

Dados da pesquisa da Fundação SEADE mostram que entre as mulheres que permaneceram ocupadas entre o final de 2019 e o de 2020, 87% não mudaram de trabalho. Entretanto, 30% tiveram redução de jornada de trabalho; 44% vivenciaram interrupção de trabalho durante a pandemia e 32% passaram a ter uma renda de trabalho menor.

Como contraponto a esta realidade, o ‘empreendedorismo caseiro’ pode ser uma solução temporária para as mulheres se inserirem na atividade econômica da cidade. Contudo, afirmou a vice-presidente do Conselho, tudo passa a ser relativo. “Com grande número de mulheres desempregadas e seus familiares também, isso acabou colocando muitas pessoas na mesma condição de informalidade. São muitas ofertas para pouca gente com disponibilidade financeira. Algumas iniciativas são mais bem-sucedidas que outras. O que faz o mercado acaba sendo muito disputado. Entretanto, inegavelmente as ações empreendedoras individuais têm ajudado muitas famílias que agora vivem com orçamento menor que anteriormente”, afirmou Ângela.

PERFIL – Mais mulheres foram para o desemprego, mas o perfil das desempregadas não se alterou. Persistiu afetando principalmente as mais jovens, filhas, negras e aquelas com instrução intermediária (ensino fundamental e médio completo). Como meio de sobrevivência, 24% das mulheres desempregadas realizaram algum bico.

Além de mais mulheres terem deixado de procurar trabalho e ido para a inatividade em 2020, 45% delas fizeram isto pela necessidade de cuidar da casa ou da família, motivo pouco relevante entre os homens.

O fato de 34% das mulheres com 18 anos ou mais receberem o auxílio emergencial foi decisivo para atenuar os impactos da crise sobre seus rendimentos. Entre as mulheres que trabalhavam como domésticas em 2019, a parcela que recebeu auxílio emergencial foi ainda maior (52%).

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