Mulheres que dedicam suas vidas a Deus
Antigamente, as jovens mudavam de nome quando faziam sua consagração a Deus. Dessa maneira, a Irmã Maria da Paz, é Vanda Prado. Natural de São Carlos, filha de Pedro Luís do Prado e Ismênia Prado, família tradicional e conhecida da cidade. Aos 83 anos de idade, mora no Mosteiro São Paulo da Cruz com mais nove monjas.
“Normalmente a vocação vem do berço, quem mais a transmite é a mãe. E por sinal a minha mãe era muito religiosa, ela me transmitiu o primeiro ato da vocação. Ela saía de manhã cedo, às 5h, para ir à missa. Muitas vezes eu saía com ela. Eu era muito fervorosa, já tinha as sementinhas da vocação”, diz.
Irmã Maria da Paz conta que foi crescendo e sentia a sua própria vocação, mas não gostava de falar isso às pessoas. Vivia como uma pessoa normal. Participava de bailes, gostava muito de ter amigas e tinha amigos também. Porém, não gostava de namorar, preferia a solidariedade. “Sempre fui muito conhecida, tinha roda de amigas, passeava. Era uma moça como as demais. Estudei na Escola Normal Álvaro Guião”.
Foi com 20 anos que Irmã Maria da Paz entrou para o convento. “Primeiro eu entrei na Congregação Apostólica, das irmãs que davam aulas e tinham o trabalho pastoral. Mas, depois descobri que minha vocação eu adquiri com os padres, então era masculina, assim eu queria ser monja”, explica.
Ela conta como é a vida em um mosteiro, cujas monjas não vivem integradas na sociedade. Mas, por outro lado, não vivem isoladas. Acompanham o mundo de hoje, com televisão, internet, jornais e revistas. “Não ficamos agarradas nesses aparatos. Vemos o que é necessário”.
ROTINA DO MOSTEIRO – “O começo da vida é à 1h da madrugada. Levantamos e cantamos a Liturgia das Horas, ficamos até às 2h13. Depois voltamos para o descanso. Levantamos às 6h para rezarmos à outra parte da Liturgia das Horas, é bem alegre e festiva. Depois dessa oração vamos para o café da manhã. E, então, às 8h temos a missa diária. Logo após, vamos ao trabalho e ficamos até o horário do almoço”.
As monjas realizam um trabalho de costura e bordado para a manutenção do mosteiro. Ano após ano os trabalhos aumentam. Confeccionam cartões, pergaminhos e Meninos Jesus, que as pessoas gostam. São de todos os tamanhos.
Para prosseguir com o dia-a-dia, “após o almoço temos uma recreação, ficamos conversando, é muito bom. Temos uma hora livre, que se pode fazer o que quiser”.
Elas só saem do mosteiro quando necessário. Por exemplo, comprar material para os trabalhos. Ir ao médico e ao dentista. E, geralmente, são as famílias que vem até aqui nos visita-las.