Número de trabalhadores celetistas dobra na construção civil
Em São Carlos o que não faltam são canteiros de obras. O setor da construção civil é um dos que registram maior crescimento na cidade e no país. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o número de trabalhadores com carteira assinada no ramo dobrou nos últimos cinco anos. Em 2006, o montante de trabalhadores regulamentados pelas regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) era de 1.388.958. Já até o final de dezembro de 2011, o setor contabilizava 2.762.156 empregos celetistas.
Segundo o advogado, Luis Felipe Neves, essa ampliação pode ser explicada devido ao fato de que, de acordo com informações do MTE, o salário inicial do trabalhador com carteira assinada na construção civil aumentou em torno 37% acima da inflação nos últimos cinco anos. “A carteira assinada é uma proteção para o trabalhador. Ele pode gozar de benefícios como o 13º salário, férias remuneradas, o Auxílio Transporte, o Fundo de Garantia, o Seguro Desemprego. Além disso, com o recolhimento obrigatório do INSS, ele comprova o tempo de serviço para aposentadoria e pode desfrutar dos benefícios previdenciários, como auxílio-doença, licença-maternidade, etc”, explica.
Já em relação ao maior número de contratações, o aumento do financiamento habitacional e de ações governamentais, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), são fatores que influenciaram no aquecimento deste mercado.
No entanto, em virtude da demanda, o que se observa é uma falta mão de obra especializada. É o que explica Paula Saidel, administradora da Escola Técnica Curso Nobre, que oferece qualificação técnica em edificações e cursos profissionalizantes para pedreiros e mestre de obras. “O mercado sente falta de profissionais qualificados e o mais impressionante é que poucos se deram conta do quão importante é ter um diploma para ingressar no mercado de trabalho. As pessoas precisam entender que como vão aprender através da técnica e da prática vão realizar um trabalho mais produtivo e de melhor qualidade. Isso, consequentemente, fará com que o setor da construção se torne cada vez mais competitivo”, afirma.
Segundo ela, muitas empresas buscam esses profissionais na própria escola, pois a demanda é muito alta. “Exemplo disso é que todos os nossos ex-alunos estão empregados. Mas, infelizmente, ainda são poucos os que pensam em se qualificar”, finaliza.