Nuvem de fuligem e poeira encobre vários bairros
Na tarde desta segunda-feira, 25, um fato chamou a atenção da população: a fuligem vinda de queimada da região e a poeira levantada pelo vento encobriu o sol por pelo menos quatro horas. Várias regiões da cidade foram atingidas pela nuvem de poeira.
Um dos fatores para a nuvem que encobriu a cidade é a baixa unidade do ar, que na tarde de ontem, 25, por volta das 14 h, atingiu 19%, caracterizando estado de alerta como definiu o coordenador da Defesa Civil em São Carlos, Pedro Cabalero. Os índices levantados por ele indicam que a cidade vive nesse período clima de deserto. E a previsão de chuva é para daqui a dez dias, provavelmente no dia 4 de setembro.
Para sustentar os dados, Cabalero disse que o clima na cidade terá, no período da tarde, temperaturas que devem atingir 34º (graus) e na madrugada podem chegar a 14º (graus). O que irá proporcionar uma variação de aproximadamente 15º (graus). “Essa característica de variação climática tão brusca e umidade do ar baixa é o que a aproxima do clima de deserto”, afirmou.
Segundo Cabalero, a baixa umidade propicia incêndios tanto em mato como em residência. O Corpo de Bombeiros registrou cinco incêndios, quadro em vegetação e um em residência.
A baixa umidade afeta ainda a saúde da população. Ontem, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Prado, a procura por inalação foi significativa segundo a médica, Camila Neves Guimarães, que atua como clínica geral na unidade de saúde. “A procura por atendimento por doenças ligadas ao sistema respiratório toma 80% das consultas na UPA neste período”, relatou.
Segundo a médica, a baixa umidade sempre provoca aumento de pacientes com crises no sistema respiratório. “Os mais acometidos pelas doenças são as crianças e idosos”, como foi o caso de uma aposentada de 69 anos, que procurou a unidade de saúde para usar o equipamento de inalação.
Dados da Defesa Civil indicam que o ano teve “apenas” 300 milímetros de chuva. Historicamente, São Carlos registra nos seis primeiros meses do ano de 900 a 1200 milímetros pluviométricos. “Estamos com um déficit de chuva perto de 700 milímetros”, relatou Cabalero.
Nos últimos três meses a média pluviométrica da cidade foi de cinco milímetros. Historicamente esse período – junho, julho e agosto – registra 40 milímetros. “Deixou de chover 30 milímetros nesse período”.
Outro índice levantado pelo coordenador da Defesa Civil é a incidência dos raios UV (radiação ultravioleta) que ontem estava no nível 8, dentro de uma medida que vai de zero a 16. “O nível 8 já traz alerta e obriga o uso de produtos que façam a proteção da pele”, indicou Cabalero.