Pesquisa auxilia voluntários diabéticos
Um estudo desenvolvido no Departamento de Fisioterapia (DFisio) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) analisa a influência da glicemia no desempenho cardíaco e respiratório dos indivíduos mesmo sem a apresentação de algum sintoma.
Para a elaboração dos estudos, as pesquisadoras convidam voluntários, homens e mulheres com diabetes mellitus tipo 2, que tenham entre 30 e 65 anos, de São Carlos e região, que nunca tenham sido tabagistas, que não usem insulina e que não tenham problemas respiratórios como asma ou bronquite.
A pesquisa está sendo realizada pelas alunas de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia (PPGFt), Daniela Bassi Dutra, Milena Sperling e Flávia Rossi Caruso, sob orientação da professora Audrey Borghi e Silva, do DFisio.
“São várias etapas realizadas durante a pesquisa, então na primeira etapa é feita uma avaliação com dados pessoais, como quanto tempo a pessoa tem a doenças e verificados exames de sangue de glicemia de jejum, hemoglobina glicada, trigliceris em seus totais e frações”, diz Dutra.
Uma nutricionista também avaliará o comportamento nutricional dos voluntários durante a pesquisa, anotando informações complementares. Outro teste realizado usa a saliva do diabético para avaliação do gene AMPD1 que é ligado ao desempenho físico. Com esse teste é possível saber se o diabético tem alguma alteração neste gene com a presença da doença no organismo.
A dona de casa Sueli Cirilo Falh tem 58 anos e há 12 anos possui diabetes e diz que sempre foi difícil para adaptar a alimentação à doença e ficou sabendo da pesquisa através do site da prefeitura.
“Durante a pesquisa tive mais informações sobre a doença que eu não sabia, muitos exames eu nunca havia feito, pois nos postos de saúde apenas o exame de hemograma é pedido”, diz Falh.
Em uma segunda fase, alguns voluntários serão selecionados via sorteio para realizar atividades físicas em uma academia. Esta atividade é feita três vezes na semana durante três meses de forma individualizada e com exercícios aeróbicos e musculação. A intenção é saber se os pré-exercícios e os pós-exercícios proporcionaram alguma melhora no controle da doença.
Atualmente são 44 voluntários e 17 estão no processo de treinamento na academia. “Já temos bons resultados com a redução do hiperlipídico que é composto por todo colesterol total e suas frações, além da hemoglobina glicada. Parte dos voluntários que estão nas atividades físicas já teve suas medicações reduzidas pelo médico”, comenta Dutra.
A professora aposentada Estela Marchetti, com 61 anos, convive com diabetes há 16 anos e diz que falta informação sobre a doença, quais são os sintomas, por que ocorre e quais os órgãos afetados “Espero que a pesquisa possa colaborar com uma nova medicina preventiva e que novos procedimentos possam ajudar a todas as pessoas com diabetes e aqueles que não sabem que possuem a doença”, diz Marchetti.