Pós-Colheita deverá sair do laboratório para o campo
Terminou sexta-feira, 24, com uma visita técnica a uma unidade de beneficiamento de laranja em Aguaí (SP), o II Curso de Tecnologia Pós-Colheita em Frutas e Hortaliças, realizado desde o dia 20 na Embrapa Instrumentação, em São Carlos (SP). Foram 23 temas apresentados aos participantes – vindos de seis estados brasileiros – em atividades teóricas e práticas para capacitar produtores, atacadistas, varejistas, técnicos e especialistas na cadeia produtiva para a aplicação de tecnologias que minimizem perdas e ampliem melhorias no setor.
“Vamos tentar reproduzir palestras voltadas para extensão”, disse o técnico agrícola do Instituto de Terras do Estado de São Paulo – escritório de Rosana – Clóvis Marinheiro da Silva. “O importante não foram só as palestras e demonstrações práticas, mas os contatos que foram possíveis estabelecer, devido à diversidade de participantes do curso, que reuniu produtor rural, empresário, professor, alunos e pesquisadores de várias regiões do país”, acrescentou Silva, que também trabalha com assistência a assentamento e vê grande possibilidade de aplicar os conceitos do processamento mínimo de frutas e hortaliças as 122 famílias de Nova Pontal.
O técnico agrícola Marcelo Martelli Matos disse que já tinha ouvido falar de nanotecnologia, mas não fazia ideia de como era ver, na prática, o que ocorre dentro de um laboratório que desenvolve pesquisa à base dessa ciência. Ele acompanhou uma exposição sobre as potenciais aplicações de nanotecnologia em alimentos, sobre os filmes plásticos mais utilizados em minimamente processados e, por último, uma demonstração prática do processamento de materiais plásticos na fabricação de embalagens, realizada pelo pesquisador José Manoel Marconcini.
A nanotecnologia chamou a atenção, mas, neste momento, Matos acredita que as orientações sobre o processamento mínimo de hortaliças terão mais condições de aplicação quando ele retornar para Presidente Epitácio (SP), onde é responsável pela assistência técnica ao assentamento Luis Moraes Neto, com 104 famílias. “Já está aprovado um projeto para a construção de uma packing house que vai atender a região em um raio de 100 quilômetros”, comentou.
Já o assistente da Associação dos Produtores Rurais do Município de Assis e Região (Aprumar) Jaime Peterson, afirmou que veio buscar informações para levar aos mais de 200 produtores da entidade, que precisam de novos conhecimentos para alavancar suas produções.
No último módulo em laboratório, os participantes do curso puderam acompanhar ainda a apresentação do passo a passo – desde a sanitização até a embalagem – do processamento mínimo da couve, repolho e cenoura, feita pela pesquisadora da Embrapa Hortaliças (Brasília – DF) Leonora Mansur Mattos e o mesmo procedimento para frutas, executado pelo professor da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp (Jaboticabal – SP), José Fernando Durigan.
O pesquisador Marcos David Ferreira avaliou como extremamente positiva essa edição, inclusive, pela diversidade no perfil dos participantes. Ele já trabalha na organização do III Curso de Pós-colheita em Frutas e Hortaliças, que deverá ocorrer em agosto de 2013 e terá algumas novidades. “É sempre importante agregar novas pessoas e conhecimentos para fortalecer as ações em pós-colheita e nos deixa muito satisfeitos saber que os alunos levarão essas informações do laboratório para os produtores rurais no campo”, finalizou.