A UFSCar e parceiros realizaram, no último dia 5 de dezembro, um replantio de 140 mudas em três locais do projeto de arborização urbana em São Carlos (SP). Participaram do plantio 20 alunos de graduação e dois alunos de pós-graduação da Universidade.
Todas as edições do projeto acontecem em parceria com o Rotary Club de São Carlos – Pinhal, que capta os recursos financeiros, e com a Secretaria Municipal do Clima e Meio Ambiente de São Carlos, que fornece a autorização para o plantio, além do próprio Departamento de Ciências Ambientais (DCAm) da UFSCar, com o apoio técnico.
“Já foram realizados seis projetos. Em todos eles, quando efetuamos o plantio, assumimos o compromisso de não somente plantar as árvores, mas cuidar das mesmas por um período de tempo, até que elas sobrevivessem sozinhas. Desse modo, o replantio nada mais é do que uma extensão do próprio projeto”, explica Celso Rizzo, integrante do Rotary Club de São Carlos – Pinhal.
“A arborização urbana é uma ação de longo prazo: para que as mudas se estabeleçam e se tornem árvores, a manutenção e o cuidado cotidiano com as áreas públicas são decisivos. Evitar o descarte de lixo, reduzir danos às mudas e respeitar as áreas recém-plantadas são atitudes simples que fortalecem o projeto e ampliam seus benefícios para toda a comunidade”, destaca a professora Andréa Lúcia Teixeira de Souza, do DCAm/UFSCar. Ela coordena o projeto de extensão “Valorização de espaços verdes públicos urbanos: integração universidade e sociedade”, implantado junto ao Rotary – Pinhal e Prefeitura de São Carlos em 2017 e que já soma um total de 700 árvores em seis áreas.
Desafios de manutenção
A maior parte das mudas desse replantio foi alocada na Praça dos Amigos, que ganhou, nessa etapa, mais 100 mudas de 12 espécies arbóreas. A professora da UFSCar explica que nesse local “as maiores dificuldades têm sido o descarte de lixo e os danos físicos às plantas. Além de degradar o ambiente, parte desse lixo pode contaminar o solo, especialmente quando envolve resíduos de fármacos e produtos de limpeza e perfumaria. Os danos às mudas também ocorrem pelo trânsito de pessoas e durante a roçada, quando as roçadeiras atingem a base das plantas. Para reduzir esse impacto, foi instalada uma proteção na base de cada muda, feita com cortes de garrafas PET”.
A Praça dos Amigos, no bairro Arnon de Mello (próxima ao Campus II da USP), recebeu em 2022 o primeiro plantio, com 85 árvores. “Entretanto, as condições do local – solo muito compactado, presença de lixo e períodos de seca prolongada em São Carlos nos últimos anos – comprometeram a sobrevivência de parte das mudas. Por isso, foi necessária uma reposição, e o novo plantio também buscou ampliar a arborização do espaço”, analisa Andréa Teixeira de Souza.
Já no Centro Esportivo do bairro Santa Felícia, 65 mudas foram plantadas em 2023 e apresentaram alta sobrevivência. Ainda assim, o projeto ganhou agora mais 30 mudas com o objetivo de aumentar a cobertura arbórea e fortalecer a arborização do local.
Por fim, a Praça dos Professores também recebeu mais 10 mudas de árvores nessa última manutenção. “Nos demais projetos, não foi necessário o plantio de nenhuma árvore, porque não houve perda de um ano para o outro”, completa Rizzo.
Destaques dos projetos
E quais têm sido os resultados de maior destaque? “Entre os mais importantes”, responde a professora do DCAm/UFSCar, “destaca-se o bom desenvolvimento das mudas em diferentes praças contempladas pelo projeto. As ações também têm contribuído para compreender como a percepção dos moradores varia entre bairros de São Carlos quanto à importância das árvores no espaço urbano – especialmente pelos benefícios associados ao conforto e à qualidade de vida. Além disso, o envolvimento de alunos de graduação e pós-graduação tem ampliado as discussões sobre qualidade ambiental urbana e cuidado com as áreas públicas”.
“Em três dos seis projetos já não é mais necessário realizarmos o replantio das árvores, pois o número original plantado se manteve constante por mais de um ano. Esse é o objetivo dos plantios”, celebra Rizzo, ressaltando, ainda, que o número original de mudas plantadas inicialmente nos projetos se mantém até o presente.
