Rafael Figueiredo Bezerra fala sobre Porto Digital de Recife/PE
Palestra foi ministrada no ONOVOLAB Festival, evento que celebra os sete anos do maior hub de inovação do Brasil
O secretário de Cidade Inteligente e Transparência, Mateus de Aquino e a secretária de Gestão Pública e Integração Governamental, Laurie Lubek, se reuniram na manhã de quinta-feira (6), com o diretor de Tecnologia de Recife, Rafael Figueiredo Bezerra, que esteve em São Carlos para ministrar uma palestra no ONOVOLAB Festival, evento que celebra os sete anos do maior hub de inovação do Brasil.
Na apresentação o diretor destacou o papel da ciência e inovação no desenvolvimento urbano e da experiência da capital pernambucana que recebeu pelo segundo ano consecutivo o Selo Nível Ouro de Boas Práticas de Cidade Inteligente do Connected Smart Cities.
O conceito de cidades inteligentes refere-se a um modelo de desenvolvimento urbano que utiliza tecnologia, inovação e sustentabilidade para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, otimizar os serviços públicos e tornar a cidade mais eficiente.
Rafael Figueiredo Bezerra falou da diferença de São Carlos com relação ao Recife na área de tecnologia. “São Carlos se consolida como um dos principais polos brasileiros de tecnologia de ponta, com forte atuação nas áreas de engenharia, física e biotecnologia. Enquanto outros centros tecnológicos do país, como Recife, se destacam pelo desenvolvimento de softwares. São Carlos se posiciona como um hub de Deep Tech, onde ciência e inovação se encontram. O ambiente de inovação da cidade tem se mostrado vibrante e dinâmico, reunindo startups de diferentes segmentos. A interação entre essas empresas cria oportunidades de colaboração e sinergia, fomentando o surgimento de novas soluções tecnológicas. Esse cenário lembra o ecossistema do Porto Digital, em Recife, onde a diversidade cultural e a troca de experiências entre empreendedores geraram impactos significativos na economia criativa”, afirmou o diretor de Tecnologia de Recife.
Para Mateus de Aquino, secretário municipal de Cidade Inteligente e Transparência, os desafios enfrentados por Recife na busca por inovação são, sem dúvida, maiores do que os de São Carlos. “Com uma população de 1,6 milhão de habitantes, a capital pernambucana precisou recorrer à tecnologia de forma estratégica, priorizando soluções simples e acessíveis para engajar a população e, assim, implementar projetos inteligentes. A experiência acumulada em Recife mostrou que o uso eficiente dos recursos pode ser mais importante do que o aumento das verbas”, disse o secretário de São Carlos.
“A aproximação entre governo e os cidadãos no Recife possibilitou uma gestão mais otimizada, garantindo que os investimentos fossem aplicados de forma mais eficaz e com maior impacto social. Esse modelo transformou a relação entre administração pública e população, tornando os serviços mais eficientes e acessíveis, por isso fizemos questão de conhecer essa experiência, uma vez que é exatamente o que o prefeito Netto Donato estabeleceu no Plano do Governo, ou seja, uma infraestrutura tecnológica robusta e acessível, garantindo que todas as camadas da população possam usufruir dos benefícios. O Prefeito entende que é essencial que políticas públicas incentivem parcerias entre governos, empresas e universidades para fomentar a inovação”, assegurou a secretária de Gestão Pública e Integração Governamental, Laurie Lubek.
A Prefeitura do Recife avalia que evolução acelerada da tecnologia tem barreiras de entrada reduzidas para novos empreendimentos. “A Lei de Moore, formulada em 1968 por Gordon Moore, fundador da Intel, estabelece que o poder de processamento dos computadores dobra a cada 18 meses, enquanto os custos diminuem. Esse aspecto tem permitido que inovações surjam mesmo com investimentos relativamente baixos, como já demonstrado pelo próprio case de Recife”, afirmou Rafael Figueiredo Bezerra.
“São Carlos pode se beneficiar desse aprendizado. Com um ambiente favorável à inovação e um forte capital humano, uma cidade com condições de desenvolvimento de soluções tecnológicas localmente. O desafio, no entanto, é integrar essas ideias e talentos para criar projetos que realmente integrem todo esse material humano, para bem da população. A próxima etapa do governo será transformar potencial em realidade, conectando tecnologia e gestão pública para promover melhorias concretas na vida das pessoas”, finaliza Mateus de Aquino.
A digitalização e a disseminação do acesso à informação têm sido fundamentais para a construção de cidades mais inteligentes. No centro desse processo está o conceito de ‘cidadão-centrismo’, que propõe que os governos devam priorizar o desenvolvimento das pessoas para garantir um crescimento sustentável. Modelos como os de Singapura e Irlanda exemplificam essa abordagem, já que ambos os países, por meio do investimento na qualificação da população, alcançaram rendas per capita superiores à média das nações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Também participaram da reunião os secretários adjuntos de Cidade Inteligente, Cristiano Pedrino, de Gestão Pública, Felipe Fausto e o CEO do ONOVOLAB, Leandro Palmieri.
