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RUMO reduz vazão do Córrego Monjolinho na Rotatória do Cristo

Obra paliativa pode agravar o problema dos alagamentos no local ao reduzir a vazão em 30%

04/01/2023 00h48 - Atualizado há 2 anos Publicado por: Redação
RUMO reduz vazão do Córrego Monjolinho na Rotatória do Cristo Crédito: São Carlos No Toque/Fabiano Le Petit

Um velho problema de São Carlos poderá se agravar nos próximos dias: a RUMO Logística reduziu a vazão do Córrego Monjolinho, sob a linha férrea, na Rotatória do Cristo. De acordo com o Secretário de Obras Públicas, João Muller, a redução foi de cerca de 30%. A obra foi realizada após as fortes chuvas da última quarta-feira (28), que ocasionaram um desmoronamento de pedras no local, paralisando a passagem do trem.

Em vídeo publicado nas redes sociais, o vice-prefeito Edson Ferraz informou que, por conta do desmoronamento, o alagamento na Rotatória do Cristo foi maior que o normal, mostrando que a passagem da água sob a linha férrea é decisiva para o tamanho das inundações que ocorrem naquela região.

A empresa realizou uma obra paliativa para restabelecer a linha férrea. No local, é possível ver que a tubulação circular foi substituída por uma retangular, com menor área para a passagem de água. Desta forma, caso as fortes chuvas voltem a precipitar em São Carlos, a região da Rotatória do Cristo ficará ainda mais sujeita a alagamentos ainda piores do que os vistos na semana passada, que causam transtornos e prejuízos para a população e os comerciantes, tendo em vista que a água tende a se acumular ainda mais.

O detalhe é que em 2021, o juiz federal Luciano Pedrotti Coradini, da 1ª Vara Federal de São Carlos, condenou, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), a concessionária Rumo e o Município de São Carlos à elaboração e execução de projeto para a readequação da travessia da linha férrea que passa sobre o Rio Monjolinho. Na ação civil pública, o MPF salientou a necessidade de readequação da galeria sob a travessia férrea para que ocorra o aumento da vazão do rio, pois a configuração atual apresenta estrangulamento das águas, causando alagamentos e interferência poluidora na passagem.

Porém, a empresa recorreu da decisão e o processo se arrastou até o final de 2022. De acordo com o Secretário de Obras Públicas, João Muller, a Justiça em segunda instância confirmou a condenação da RUMO para realizar o alargamento da vazão, no último dia 13 de dezembro. De acordo com Muller, a Prefeitura já notificou a empresa para iniciar a obra o mais breve possível, pois há um grande risco de prejuízo caso haja outra chuva de grande intensidade em São Carlos.

O fato da empresa ter recorrido e não ter iniciado a obra logo na decisão da primeira instância causou graves prejuízos, incluindo graves danos a uma concessionária de veículos, a uma rede de fast-food, prédios e demais comércios no local, além da própria RUMO, que precisou gastar alto para fazer uma obra emergencial, em meio às festas de final de ano e dos produtores, que viram a produção parada nos trilhos de trem por diversos dias.

Em nota, a RUMO disse que a ponte possui “tamanho adequado à necessidade atual do ponto”. Além disso, a empresa salientou que a medida paliativa adotada imediatamente corresponde à primeira etapa de uma solução de engenharia mais complexa, cujo cronograma de execução está sendo elaborado pelas áreas técnicas da concessionária, com a máxima urgência.

 

Crédito da foto: São Carlos No Toque/Fabiano Le Petit

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