S. Carlos não receberá vacinas contra raiva
O estado de São Paulo recebeu neste ano 3 milhões de doses de vacina contra a raiva. No entanto, segundo a Secretaria de Estado da Saúde, seriam necessárias pelo menos 8 milhões de doses para que a vacinação fosse considerada efetiva. Diante disso, apenas 57 das 645 cidades do estado serão contempladas com campanha contra a doença até maio, o equivalente a 9% do total de municípios. São Carlos não está entre eles.
As cidades que receberão as vacinas foram eleitas mediante o número de ocorrências de raiva animal registradas em 2011 e em janeiro de 2012. Na região, Rio Claro, São João da Boa Vista, Mococa, São José Do Rio Pardo, Conchal e Tapiratiba estão entre os municípios que serão abastecidos com as doses.
Dados da Secretaria da Saúde apontam que no ano passado foram contabilizados em todo o estado 105 casos de raiva animal, entre cães, gatos e morcegos. Casos de raiva humana, no entanto, não são registrados desde 2001.
De acordo com o médico veterinário Luis Fernando Dias a orientação aos donos de cães de gatos é que, já que não haverá campanhas de vacinação anti-rábica gratuitas na cidade, os animais sejam vacinados em clínicas veterinárias particulares. “O custo da vacina gira em torno de R$20 e ela deve ser aplicada anualmente. A vacina é o meio mais importante para o controle da doença, além da maneira mais eficaz de prevenção”, explica.
Segundo ele, geralmente, a contaminação da raiva ocorre através do contato do vírus presente na saliva com o animal infectado. “Feridas, mordidas e arranhões podem transmitir a raiva tanto de um animal para o outro quanto para humanos. Em casos de suspeita, a vítima deve lavar o ferimento com água corrente e sabão e procurar atendimento médico imediatamente”, alerta.
SUPENSÃO DA CAMPANHA – Após quatro gatos e dois cachorros morrerem ao serem vacinados contra a doença e 567 animais apresentarem reações adversas ao antídoto em 2010, a campanha de vacinação anti-rábica foi suspensa em todo o país. Na época, o Ministério da Saúde interrompeu a distribuição da vacina e descredenciou o fabricante brasileiro.
Regularizada a produção, foi priorizado o abastecimento de regiões com maior incidência de casos de raiva e, portanto, como o estado de São Paulo, segundo o Ministério da Saúde, apresenta uma situação estável se comparado a outros, a quantidade de vacinas recebidas foi inferior à necessária. No entanto, o órgão informa que a distribuição deve ser regularizada até o final deste semestre.