Santa Casa explica posição a alunos do curso de Medicina
No último sábado, 15, o provedor da Santa Casa, Antônio Valério Morillas Junior, se reuniu com três representantes do curso de Medicina da Universidade Federal de São Carlos “para poder passar a versão da Santa Casa sobre o não fechamento do acordo com a UFSCar e demonstrar o interesse da Santa Casa no internato dos alunos”, disse Morillas.
Segundo o provedor da Santa Casa, o interesse da instituição surge de vários motivos: “Primeiro, a Santa Casa vem se preparando para se tornar um hospital de ensino; segundo, para que o curso possa ter uma identidade; terceiro, para que os alunos possam aprender e se aprimorar em um hospital de ponta, com diversidade de recursos e com uma diversidade de especialidades. Existe um número grande de intenções, quer seja da UFSCar, que acredito também tenha interesse, quer seja da Santa Casa”.
As negociações que estavam sendo feitas entre UFSCar e Santa Casa para que os alunos do curso de medicina da universidade fizessem internato na própria Santa Casa não resultaram em um acordo: “A Santa Casa recebia recursos R$ 23 mil reais no ano de 2012 para o internato dos alunos em 3 especialidades: ginecologia, cirurgia geral e pediatria. A UFSCar solicitou mais 7 especialidades, as 3 existentes e mais 4. Diante disso, a Santa Casa pediu pouco mais de R$ 30 mil reais para pagamento dos preceptores. A UFSCar, como o próprio reitor colocou, achou valores estratosféricos, e propôs um pagamento de R$ 19,5 mil, inferior ao que já vinha pagando, e um aumento de especialidades, o que inviabilizou o internato dos alunos”, explicou Morillas, afirmando ainda que a Santa Casa não está cobrando nada do curso de medicina para fornecimentos de alimentação para os internandos, o material médico que é usado por eles não é cobrado, o pouso necessário para esses alunos também não é cobrado: “A Santa Casa está cobrando, ou colocando um preço para que os preceptores médicos possam receber pelo tempo que eles vão despender com os alunos do curso. A princípio houve tratativas anteriores, que haviam sido acertadas. O que nos surpreendeu foi a redução desses valores por parte da UFSCar,o que acabou inviabilizando o acordo agora para 2013”, afirmou Morillas.
Outro lado
Em nota, a UFSCar afirma que desde o momento da implantação de seu curso de medicina tem manifestado interesse e feito esforços na formação de parceria com a Santa Casa, com o objetivo construir a relação entre ambas as instituições por meio de atividades de ensino, pesquisa e extensão: “Em 2012, foi possível a aplicação parcial de dois estágios do curso de Medicina na Santa Casa; também ao longo de 2012, a Universidade propôs a intensificação das negociações com vistas a implantar a maior parte possível do internato médico e os programas de residência na Santa Casa; especificamente sobre o internato médico (estágios hospitalares), vários encontros entre as duas instituições ocorreram no início de 2012”.
Afirma também que no dia 12 de dezembro, a Coordenação do curso enviou correspondência eletrônica à Santa Casa solicitando manifestação de aceite em relação à proposta de desenvolvimento de estágio pelo valor de R$ 234 mil (que dividido em 12 meses dá um total de R$ 19,5 por mês). “Com pedido de urgência”, ressalta a nota, “devido aos prazos disponíveis para empenho dos recursos. Em reunião realizada no dia 6 de dezembro, sobre a qual foi destacado o fato de que precisaria ser conclusiva, frente aos prazos mencionados anteriormente –, a Diretoria da Santa Casa informou que não poderia negociar a proposta da Universidade sem consulta a seu Corpo Clínico. A resposta definitiva veio por correspondência eletrônica 24 horas depois, informando a não aceitação da proposta apresentada; assim, frente ao fato de que não havia mais tempo para negociação, bem como à constatação de que os valores propostos pela Santa Casa estavam muito acima daqueles informados por outras instituições hospitalares (o que tornaria injustificável a contratação) a Universidade optou pela realização dos estágios hospitalares dos estudantes do curso de Medicina ao longo de 2013 no Hospital dos Fornecedores de Cana de Piracicaba e no Hospital-Escola Municipal de São Carlos (cujos valores cobrados para a hora-preceptoria são, como já destacado anteriormente, muito inferiores àqueles pretendidos pela Santa Casa de São Carlos)”, informa a nota.