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São Carlos inicia vacinação de idosos e funcionários de abrigos

Eficácia da imunização só será completa com as duas doses no tempo certo, explicou infectologista do HU-UFSCar

02/02/2021 06h32 - Atualizado há 4 anos Publicado por: Redação
São Carlos inicia vacinação de idosos e funcionários de abrigos Foto: Divulgação / Prefeitura Municipal de São Carlos (SP)

A Prefeitura de São Carlos (SP) iniciará a vacinação dos funcionários de idosos que vivem em instituições de longa permanência (abrigos), nesta quinta-feira, 4, com a vacina da Fundação Fiocruz do laboratório AstraZeneca/Oxford.

De acordo com a diretora de Vigilância em Saúde, Crislaine Mestre, foram separadas 700 doses para esse grupo. “Vamos vacinar esses idosos, mas a vacinação dos profissionais da saúde segue normalmente. O intervalo da vacina da Oxford entre a primeira e segunda dose é de 3 meses (12 semanas), por isso acreditamos não ter problemas para a aplicação da segunda dose”. O município recebeu no dia 27 de janeiro 3.050 do Ministério da Saúde.

Na semana passada a Vigilância Epidemiológica de São Carlos foi notificada que 30 idosos de uma clínica particular estavam infectados, quatro já foram a óbito. Dois funcionários também estão positivos e permanecem em isolamento domicilia. “Os surtos que vêm ocorrendo em instituições de longa permanência, com muitos idosos contaminados e morrendo pela doença, foi decisivo para dar início a imunização desse grupo”, disse Crislaine.

ESTUDOS – Segundo a infectologista do Hospital Universitário (HU-UFSCar), Bárbara Martins Lima, os estudos realizados até o momento indicam que a eficácia da imunização só será completa se as doses forem aplicadas dentro do tempo estabelecido.

Ela explicou que será necessário aguardar o seguimento e análise de dados dos pacientes vacinados para que se tenha uma visão mais ampla sobre a ação do imunizante. “Na literatura médica algumas vacinas apresentam menor durabilidade caso não seja aplicada a segunda dose”.

A médica disse ainda que se houver perda de dose o processo não deve ser reiniciado, porém não é garantida a mesma imunidade divulgada nos estudos dos laboratórios.

Em São Carlos até ontem (1º), 3.316 profissionais da saúde que atendem pacientes com suspeita e contaminados pelo novo coronavírus já haviam recebido a primeira dose da vacina Coronavac do Instituto Butantan.  Esta vacina tem um período menor entre as doses que vai de 14 a 21 dias.

De acordo com a Vigilância Epidemiológica, o município deve receber novos lotes da vacina do Butantan já amanhã, 3. Entretanto, a quantidade de doses ainda não foi repassada pela Diretoria Regional de Saúde de Araraquara (DRS III). No dia 11 de fevereiro os profissionais da saúde que receberam a 1ª dose da Coronavac devem receber já a última dose da vacina.

É POSSÍVEL TOMAR DUAS DOSES DE VACINAS DIFERENTES?

Não. Cada pessoa deve tomar duas doses da mesma vacina. Isso ocorre para maximizar os efeitos do plano de imunização. Vale lembrar que as vacinas serão aplicadas conforme disponibilidade das doses encaminhadas pelo Ministério da Saúde. É muito importante manter o esquema vacinal de acordo com o preconizado pelo fornecedor do insumo.

QUAL O INTERVALO ENTRE A PRIMEIRA E A SEGUNDA DOSE?

No caso da Coronavac, a segunda dose deve ser aplicada entre duas e quatro semanas depois da primeira dose. No caso da vacina de Oxford, o intervalo ideal é de 12 semanas.

QUANTO TEMPO DEMORA PARA AS VACINAS FAZEREM EFEITO?

O sistema imune demora, em média, 14 dias após a aplicação da vacina para produzir anticorpos, mas depende de cada esquema vacinal. No caso da Coronavac, o esquema vacinal é de duas doses, com intervalo de duas a três semanas entre as duas doses. Assim, a proteção conferida pela vacina ocorre em média 14 dias após a segunda dose.

SE JÁ TIVE COVID-19, DEVO ME VACINAR TAMBÉM?

Sim. Atualmente indica-se realizar a vacinação contra Sars-CoV-2 mesmo em quem já teve diagnóstico prévio de Covid-19. No entanto, orienta-se que essa vacina seja feita após 30 dias do diagnóstico da doença.

QUAIS OS EFEITOS COLATERAIS DA VACINA?

Até o momento, não há comprovação de nenhum efeito colateral grave por conta da vacinação contra a Covid-19. É possível haver um pouco de dor, inchaço ou vermelhidão no local da aplicação. Fadiga, febre, dor de cabeça e dores nos membros também não são incomuns nos primeiros três dias após a vacinação. Estas reações normais são geralmente suaves e diminuem após alguns dias.

A VACINAÇÃO É OBRIGATÓRIA?

Embora não seja obrigatória, a vacinação contra a Covid-19 é a principal ferramenta disponível no momento para prevenir a ocorrência de casos graves, hospitalizações e óbitos por Covid-19 na população em geral, devendo ser considerada também sua capacidade de reduzir a transmissão do vírus a partir do momento que se alcance altas coberturas vacinais na população alvo. Por isso, é fundamental que os indivíduos pertencentes aos grupos prioritários busquem se vacinar, assim que foram convocados.

GESTANTES PODEM RECEBER A VACINA?

Em relação a gestantes, puérperas e lactantes, também não foram concluídos estudos de segurança e eficácia das vacinas aprovadas para uso emergencial no Brasil. Para aquelas pertencentes a um dos grupos prioritários, a vacinação poderá ser realizada após avaliação cautelosa dos riscos e benefícios e com a decisão compartilhada entre a mulher o seu médico que acompanhou o pré-natal.

APÓS TOMAR A VACINA, POSSO DEIXAR DE USAR MÁSCARA? OS CUIDADOS DE PREVENÇÃO ESTÃO DISPENSADOS?

Não. É imprescindível que se mantenha todas as medidas de precaução: uso de máscara, distanciamento social e higienização das mãos. Essas etiquetas sanitárias seguirão importantes, já que a vacina não impede a circulação do Sars-CoV-2. Mesmo protegida dos sintomas, uma pessoa imunizada ainda pode transmitir a infecção. Toda vacina implica numa redução de transmissão, mas o combate efetivo ao vírus passa pela manutenção dos cuidados básicos até que a quantidade de pessoas vacinadas seja suficientemente grande. Aglomerações também devem ser evitadas.

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