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São Carlos perde João do Mercado, um de seus mais queridos personagens

21/03/2013 11h15 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
São Carlos perde João do Mercado, um de seus mais queridos personagens

Na manhã desta quarta-feira, 20, São Carlos perdeu um de seus personagens mais queridos: João Guilherme Canaves, que durante mais de 40 anos conviveu com comerciantes e frequentadores do Mercado Municipal. Ele tinha 75 anos. O enterro ocorreu às 16h30 desta quarta, no Cemitério Nossa Senhora do Carmo.

 

“Ele se sentiu mal na noite de terça (19), e às 20h levamos ele para Santa Casa, e o médico diagnosticou uma infecção urinária. Ele foi medicado, e de manhã, quando fomos visitá-lo para ver como estava, ele já não estava vivo”, explicou José Ubaldo Oliveira, cunhado de João, que morava com o pai.

Em nome da família, o cunhado agradeceu a todas as pessoas que foram prestar homenagem a João: “Ele era muito bem quisto. Apareceu muita gente aqui (no velório) que nós nunca vimos, padres de várias paróquias”.  

A bondade e a religiosidade de João parecem, de fato, terem sido duas marcas profundas que ele deixou nas pessoas com quem conviveu, seja na família, seja no Mercado. Segundo várias pessoas que o conheceram, todo domingo, ao longo de 12 anos, João visitou o túmulo da mãe, localizado no mesmo cemitério em que foi sepultado.

“Todos os dias, antes de entrar no mercado, ele se ajoelhava na porta, rezava, e só depois entrava. Quando ia embora, sempre dizia pra gente ir com Deus”, disse uma comerciante.

Na tarde de ontem, a escadaria na qual João costumava ficar, estava repleta de flores, o que chamou a atenção de muitas pessoas que por lá passavam e liam mensagens como “Você fez sua parte”, “Você vai deixar saudades”, “Que Deus conforte você ao lado de sua mãe, que você tanto pedia”.  Uma senhora que subia as escadas, ao se deparar com a homenagem, disse: “Para que essas flores? Cadê o João?”, ficando consternada ao saber da notícia de sua morte.

“Uma pessoa querida por todos. Todos os dias estava lá (no mercado), sempre alegre, com chuva ou frio. Ele vai fazer muita falta”, disse Luciano Roberto Ângelo, síndico do Mercado que conheceu João desde 1979.  

“O João era especial não na debilidade dele, mas sim na sua humanidade”, disse o cunhado.

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