Saúde faz busca ativa de casos de tuberculose
Doença é de transmissão aérea através da fala, espirro ou tosse das pessoas com tuberculose ativa e uma das mais infecciosas do mundo
Na última semana do mês de março deste ano, a Secretaria Municipal de Saúde de Itirapina, juntamente com a Vigilância Epidemiológica, esteve coletando material para investigação de casos de tuberculose na cidade. Foi a primeira intensificação de busca ativa de casos da doença.
A Tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas. A doença é causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch.
A tuberculose é uma doença de transmissão aérea através da fala, espirro ou tosse das pessoas com tuberculose ativa (pulmonar ou laríngea), que lançam no ar partículas em forma de aerossóis contendo bacilos.
O principal sintoma da tuberculose pulmonar é a tosse seca ou produtiva. Por isso, recomenda-se que todo sintomático respiratório, que é a pessoa com tosse por três semanas ou mais, seja investigado para tuberculose. Há outros sinais e sintomas que podem estar presentes, como: febre vespertina; sudorese noturna; emagrecimento e cansaço ou fadiga.
O tratamento da tuberculose dura no mínimo seis meses, é gratuito e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), devendo ser realizado, preferencialmente, em regime de Tratamento Diretamente Observado (TDO).
DOENÇA DO PASSADO?
A tuberculose (TB) é frequentemente vista como uma doença do passado. No entanto, é uma das mais infecciosas do mundo. Mesmo com a redução de 47% da taxa de mortalidade global entre os anos de 1990 e 2015, ainda há lacunas importantes na cobertura e deficiências graves quando se trata de diagnóstico e tratamento dessa doença. Estigmatizada e silenciosa, a TB continua presente de maneira mortal entre a população brasileira, apesar de já haver diagnóstico e tratamento para essa doença.
Além disso, a propagação de formas resistentes aos medicamentos utilizados para combater a doença – tuberculose resistente TB-DR, tuberculose multirresistente TB-MDR e tuberculose ultrarresistente TB-XDR – fazem dela um grande problema na atualidade; apenas uma em cada três pessoas com TB resistente a medicamentos teve acesso ao tratamento em 2020*.
PREVENÇÃO
Um passo inicial na prevenção é evitar o contato por tempo prolongado com pacientes diagnosticados com TB em ambientes lotados, fechados e com pouca ventilação. Usualmente, pacientes com tuberculose ativa adotam medidas adicionais que podem incluir o uso de dispositivos de proteção respiratória pessoal para diminuir o risco de infectar outras pessoas.
Muitas pessoas que sofrem de infecção tuberculosa latente nunca desenvolvem a doença, mas algumas são mais propensas a progredir num quadro de tuberculose ativa; estas incluem:
– Pessoas com infecção pelo HIV;
– Pessoas que se infectaram com bactérias da TB nos últimos 2 anos;
– Bebês e crianças pequenas;
– Pessoas com outras doenças que enfraquecem o sistema imunológico;
– Pessoas idosas;
– Pessoas que não foram tratadas corretamente para TB no passado.
Pessoas desses grupos de alto risco, podem tomar remédios para evitar desenvolver a doença
ATIVIDADES
A organização mundial Médicos Sem Fronteiras atua no combate à tuberculose há mais de 30 anos, oferecendo tratamento para a doença em muitos contextos diferentes, desde situações de conflitos crônicos, como o Sudão, até pacientes vulneráveis em contextos estáveis, como Uzbequistão e a Rússia. Em 2021, 15.400 pessoas iniciaram o tratamento com medicamentos de primeira linha para a TB nos projetos de MSF.