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Sebos ainda sobrevivem à modernidade

20/04/2012 16h55 - Atualizado há 13 anos Publicado por: Redação
Sebos ainda sobrevivem à modernidade

Se não existissem sebos, onde estariam todos os livros já lidos e relidos pela humanidade? O lugar é uma forma de preservar os livros e reciclá-los, para as novas gerações terem também o contato com obras clássicas. É válido ressaltar o poder da circulação de um mesmo livro que sofre várias modificações no decorrer de outras edições do mesmo.

“As crianças devem frequentar os sebos para que se acostumem com a ideia. E também para que criem o hábito cedo da leitura”, diz Marilu Calandrim, proprietária do sebo Outros Contos. Marilu conta que entrou no sebo em 1997 como estagiária, pois era aluna do curso de biblioteconomia. Sua paixão foi tão grande que acabou ficando com o sebo até hoje e aprendeu muita coisa com a antiga proprietária. “Fui ficando aqui e cheguei a fazer encadernação e restauração em São Paulo”.

Para aquisição de novos livros é feito todo um processo de seleção. “Quanto aos livros, nós avaliamos, checamos o preço de exemplares novos e usados através da internet. Avaliamos as próprias condições em que o livro está também”, explica. As trocas também são maneiras de comprar livros em um sebo. “Fazemos trocas sempre na mesma área. Se a pessoa traz literatura, ela leva literatura”.

Outro sebo tradicional de São Carlos, localizado há mais de 15 anos na Praça XV, além de livros, trabalha com a venda de discos de vinil e CDs. “Coloquei vinil e CDs para vender também. O público que gosta de vinil geralmente gosta mais de rock and roll. Os valores são de R$ 3,00 até R$ 15,00”, diz Antônio Carlos Ferreira da Silva, responsável pelo sebo.

O mercado funciona também a base de troca. “Vendemos muito livro de romance. A pessoa compra, lê, e depois volta aqui, que compramos novamente pela metade do preço”. Antonio Carlos diz que a freguesia não é formada pelo público universitário, apesar de o sebo estar localizado na esquina de uma universidade. “Maior procura é do sexo feminino acima dos 40 anos”.

A crise dos sebos…

O problema para a sobrevivência dos sebos é a era digital. Muitas obras, hoje em dia, são digitalizadas e disponibilizadas gratuitamente pela internet. Ou senão, os sebos on-line estão dominando o público. Mas sempre existem dois lados da moeda.

“A demanda de venda caiu muito. O pessoal prefere comprar livros novos ou através de sebos virtuais. Mas existe o risco de como o livro vai chegar. Acontecem muitos casos de pessoas que querem vender para nós os livros em más condições que compram pela internet, tem casos até de livros mofados”, diz Marilu Calandrim, proprietária do sebo Outros Contos.

“Acho que São Carlos tem pouco sebo, mas isso é pela baixa procura também”, diz Antônio Carlos Ferreira da Silva, responsável pelo sebo da Praça XV, que faz uma crítica com a baixa do mercado de livros na cidade.

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