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Seria o fim das enciclopédias?

23/03/2012 17h56 - Atualizado há 13 anos Publicado por: Redação
Seria o fim das enciclopédias?

Com o avanço da internet, a popularidade das grandes enciclopédias distribuídas em formato de livros foi notoriamente abalada. Hoje, muitas delas se transformaram em artigos de decoração em várias residências. Atualmente, são raros os estudantes que ainda as utilizam como fonte de informações, já que os sites de busca disponíveis na rede são considerados ferramentas mais fáceis, ágeis e até mais eficientes.

É o que confirma o estudante Luiz Felipe Ferreira, 14, que está no nono ano do Ensino Fundamental. Ele conta que na estante do escritório de sua casa existem duas coleções de enciclopédias, a Larousse Cultural e a Nova Enciclopédia Ilustrada elaborada pelo grupo Folha. No entanto, o estudante nunca consultou nenhuma delas para pesquisas escolares. “Eu até esqueço que elas estão ali. Pra mim é enfeite. Se eu preciso de alguma informação, eu ligo o computador e entro no Google. Assim eu não perco tempo tendo que procurar o volume específico e folhear a enciclopédia até encontrar o que eu preciso. Dá muito trabalho!”, afirma.

Já a aposentada Silvana Rodrigues lembra que, quando era estudante, tinha nas enciclopédias uma das suas maiores fontes de conhecimento. “Até hoje as enciclopédias compõem meu acervo. Era mais confiável que os sites de busca ou as enciclopédias colaborativas, que cadastram milhões de dados, cada um fala um pouco de cada assunto e ninguém sabe de onde veio”, declara.

No entanto, para o professor Fernando Bernardi, o ensino “enciclopédico”, de simples memorização não traz significado para a criança ou adolescente e, assim sendo, não proporciona a construção do conhecimento. “O aluno deve ser estimulado a estabelecer relações, a compreender “causa e efeito” e entender ação do homem sobre a natureza e as conseqüências sobre o contexto social. Hoje é necessário que o aluno desenvolva a questão da interdisciplinaridade, pois ele tem que enxergar o ensino como algo que também faz parte da sua vida fora da escola. Criar essa consciência é um dos grandes desafios da educação no Brasil”, explica.

Segundo ele, a organização da escola primária brasileira está baseada no tratamento superficial dos conteúdos das disciplinas do currículo, gerando para o Ensino Fundamental, até os dias de hoje, uma tradição da objetividade. “Nós temos que criar condições para que eles englobem outros conceitos no processo de aprendizagem, dando a chance para intepretações críticas que, inclusive, já deveriam ter início no Ensino Básico. Porém, como sempre houve a fragmentação das disciplinas, exigir que o aluno decifre o conhecimento sob uma perspectiva mais ampla não é um processo simples”, ressalta Bernardi.

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