TV digital terá canal de consulta no SUS
O modelo brasileiro de TV digital traz para o País recursos disponíveis para o cidadão que inclui marcar consulta médica no Sistema Único de Saúde (SUS) dentro da primeira leva oficial de conteúdo interativo.
O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD) prepara para março a oferta dos aplicativos, com os resultados de teste-piloto feito em localidades do Estado de São Paulo.
De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério das Comunicações, em Brasília, os aplicativos são resultados do projeto Serviços Multiplataforma de TV Interativa (SMTVI) –, realizado pelo CPQD. Os programas desenvolvidos serão colocados à disposição de radiodifusores, com acesso livre de qualquer interessado. Os aplicativos foram desenvolvidos seguindo os padrões estipulados pelo Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre.
As aplicações incluem ferramentas a serem utilizadas por Prefeitura, serviço de empregos, emissora de televisão local, entre outros equipamentos públicos. Entre eles, o software Ginga levou em consideração a necessidade de inclusão social/digital e a obrigação do compartilhamento de conhecimento de forma livre. Ginga é uma tecnologia que leva ao cidadão todos os meios para que ele obtenha acesso à informação, educação à distância e serviços sociais apenas usando sua TV, o meio de comunicação onipresente do país.
O IncluaSaúde é a aplicação para marcação de consulta, pela TV, para o usuário e seus dependentes em um posto de saúde.
Será um primeiro passo do governo no campo da programação interativa para TV, um dos pontos fracos do processo de implantação da tecnologia no país.
Os programas serão inicialmente veiculados na Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o canal do governo, mas serão abertos e disponíveis para qualquer emissora.
Alguns desses aplicativos terão viés social, como um que permite a marcação de consulta médica no SUS.
Outro fornecerá uma lista de vagas de emprego, permitindo ao interessado fazer consultas por cidade e área.
Um dos propósitos dessa leva de conteúdo é criar e mostrar os parâmetros de programação tanto para os canais públicos como para os comerciais.
O governo, a princípio, não pretende adotar uma regulação obrigando essas emissoras a ter projetos de desenvolvimento de aplicativos.
Há a expectativa de que, com a portaria que obriga a indústria a incluir a tecnologia da interatividade nas TVs e o consequente aumento do parque de televisores com o recurso, as próprias emissoras terão a iniciativa de produzir o conteúdo interativo.
TVs digitais trazem embutido novas tecnologias
Depois de anos de negociações com a indústria, o governo fechou, na semana passada, a portaria que obriga a presença do software de interatividade, o Ginga, em 75% das TVs fabricadas no país a partir de 2013.
A partir do ano que vem, 75% dos aparelhos de televisão produzidos na Zona Franca de Manaus deverão vir equipados com o middleware Ginga, que garante a interatividade no sistema de TV digital adotado no Brasil. Esse percentual deverá ser ainda maior a partir de 2014 de acordo com portaria publicada no Diário Oficial da União. Pela norma, a partir de 1º de janeiro de 2014, 90% dos aparelhos deverão vir com o Ginga.
A proposta inicial do governo era incluir o Ginga no Processo Produtivo Básico (PPB) em pelo menos 75% de todos os televisores com tela de cristal líquido a partir deste ano, mas a indústria reivindicou mais prazo para a conclusão dos testes. Os fabricantes queriam que em 2013 o percentual de televisores com o software fosse 50% e em 2014, 95%.
Além do Ginga, o CPQD desenvolve o sistema informatizado a ser usado por prefeituras, serviços de emprego, emissoras e demais responsáveis no projeto.
Não há data certa para o início de alguns serviços na TV digital, como agendamento de consulta médica, pois a programação interativa depende da organização das prefeituras e das outras entidades envolvidas. Os primeiros programas interativos no ar deverão ser de notícias, previsão do tempo e jogos.