UFSCar é contra AME no Hospital Escola
A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a associação que gerencia o Hospital Escola (Sociedade de Apoio, Humanização e Desenvolvimento de Serviços de Saúde – SAHUDES) são contrários à instalação do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) dentro do Hospital Escola, proposta defendida pelo prefeito Paulo Altomani.
Para o reitor da UFSCar, Targino de Araújo, a ideia dessa instalação é fonte de grande preocupação: “Do ponto de vista conceitual do Sistema de Saúde, isso não faz sentido nenhum. O AME funciona de porta aberta, e quando um Hospital Universitário vem, é para reestruturar o sistema de saúde do município”, afirma o reitor.
Segundo ele, o que está faltando é o prefeito receber e conversar com a equipe da universidade: “Eu me encontrei com ele em dezembro e depois nunca mais. Já mandei 12 ofícios pedindo um encontro. Agora, o Conselho Universitário pediu ao prefeito que, se ele não quer receber o reitor, que receba uma comissão do Conselho. A UFSCar não merece esse tratamento da prefeitura”, afirma Targino.
Segundo a SAHUDES, as edificações do Hospital Escola foram projetadas para atender as demandas de um Hospital Universitário e, por isso, possui instalações adequadas para o desenvolvimento das atividades de ensino na área da saúde, concomitantemente com as atividades de atendimento à saúde da população de São Carlos. O conselho considera que as áreas concluídas e aquelas em fase de conclusão do hospital devem ser preservadas para atender as demandas do projeto original.
Para ele, a destinação de uma parte da área construída para uma atividade não programada, reduzirá a capacidade de atendimento da unidade de saúde, com graves prejuízos para o sistema de saúde municipal e para as atividades de ensino na área da saúde em São Carlos.
Na perspectiva do conselho, afirma Sebastião Elias Kuri, presidente da SAHUDES, a instalação de uma unidade do AME na cidade deve ser incentivada, porém sem prejuízo das atividades programadas para o Hospital Escola. “Por essas razões o Conselho de Administração recomenda que seja mantido o projeto original”, explica Kuri.
A reportagem entrou em contato com a prefeitura para entender sua posição sobre a instalação do AME no Hospital Escola, mas até o fechamento da edição não obteve resposta.