UFSCar reúne mapas e jornais de São Carlos do século 19
A Unidade Especial de Informação e Memória (UEIM), ligada ao Centro de Educação e Ciências Humanas da UFSCar, restaurou 300 mapas, muitos dos quais referentes a fazendas da região e à cidade de São Carlos. A restauração, que foi feita em uma empresa de São Paulo, foi possível graças a investimentos da Universidade de Harvard (EUA), do Ministério da Educação e da própria UFSCar.
“Harvard tem um programa que apóia Bibliotecas e Arquivos da América Latina. Nós concorremos e ganhamos uma verba de 17 mil dólares para restaurar os mapa e comprar o arquivo deslizante”, explica o professor João Roberto Martins Filho, diretor do UEIM.
Segundo ele, até o momento foram investidos cerca de R$ 30 mil: “E ainda falta a restauração de 50 mapas”, diz. Para ele, a coleção fornece importantes informações sobre a fundação, a implantação e as transformações pelas quais propriedades de Ibitinga, Nova Europa, Descalvado, São Carlos, Araraquara e Gavião Peixoto passaram: “É possível saber como surgiu uma fazenda, quais melhorias se faziam na época nos açudes, estábulos, pontes”.
É possível, inclusive, verificar o processo de alterações do meio ambiente: “Temos desde a planta da compra original da fazenda, que era uma mancha de mata, até as fotografias que vão mostrando a destruição dessa mata”, afirma.
O arquivo possui também um conjunto de plantas de São Carlos que mostram o desenvolvimento urbano da cidade, desde o início do século 20 até as décadas de 1980. Possui também um conjunto de plantas de edifícios construídos na cidade de São Paulo: “Já que os fazendeiros da cidade investiam em imóveis na capital. A documentação de alguns prédios de São Paulo está aqui”, explica o diretor da Unidade.
JORNAIS E PESQUISAS – Além da coleção de 350 mapas, a maior parte, agora, restaurada, a UEIM conta com um acervo de 12 jornais de São Carlos, publicados entre o final do século 19 e o século 20. São títulos como SC do Pinhal, Correio de São Carlos, Ordem e Progresso, e O lutador, este último de Descalvado.
Segundo o professor, a coleção de jornais mantida na unidade da UFSCar é complementar à do Pró-Memória: “Como elas se complementam, nós mandamos as duas coleções para a PUC de São Paulo, onde foi feito uma micro-filmagem desses jornais”, diz.
João Roberto afirma que as coleções já serviram de base para várias pesquisas: “Agora, uma aluna está pesquisando o processo político eleitoral da cidade nos anos 1960, e ela encontrou todos os resultados eleitorais graças aos jornais”, afirma.