USF recebe 1ª Horta Medicinal
Iniciativa faz parte do Projeto Farmácia Viva
A Unidade de Saúde da Família (USF) Santa Angelina/Arnon de Mello recebeu a primeira horta medicinal do município de São Carlos. Agentes comunitários de saúde, médicos, enfermeiros, dentistas e a comunidade participaram da capacitação, conhecendo todas as plantas, suas aplicações e a identificação da ficha técnica vegetal no canteiro medicinal.
O evento faz parte do projeto Farmácia Viva, promovido pelo Ministério da Saúde, e que foi abraçado pela Prefeitura de São Carlos em parceria com a COMPICS&EPS e a Fundação Educacional de São Carlos (FESC). O projeto disponibiliza plantas medicinais à população, com segurança e eficácia comprovadas cientificamente, tendo como objetivo promover o acesso a medicamentos fitoterápicos de qualidade, especialmente para comunidades carentes. Além disso, também visa preservar o conhecimento tradicional e as espécies nativas da região, integrar os conhecimentos populares aos resultados de pesquisas acadêmicas, levar a informação científica à comunidade e envolver comunidade, escolas e universidades.
Para a farmacêutica e coordenadora do projeto Farmácia Viva em São Carlos, Lucimara Peres, o momento é de alegria pela aplicação da iniciativa. “O projeto foi submetido há cinco anos ao Ministério da Saúde, então eu estou muito feliz em ver o que está acontecendo agora. Para os próximos passos, nós já estamos com a aprovação da sala de controle de qualidade e vamos ter um local maior para o cultivo das plantas medicinais para que sejam distribuídas nas farmácias do SUS mediante prescrição de profissionais habilitados”, disse Lucimara.
A enfermeira Giovanna Cosme ressalta que era um sonho da equipe ter essa horta na USF e que a capacitação vai ser passada para toda a comunidade que tiver interesse em consumir as plantas. “Vamos ensinar a produzir com a horta horizontal e vertical para aquelas pessoas que não têm espaço em casa ou que moram em apartamento, para que possam também produzir suas plantas medicinais. Também vamos doar as mudas para a comunidade, porque posto de saúde é isso: é levar saúde para a população, e nisso está inclusa a prevenção, através das práticas integrativas como a horta medicinal”, atesta Giovanna.
A educadora popular em saúde, bióloga e coordenadora pedagógica das formações de cultivo da Farmácia Viva, Natalia Hristov, destaca que foram quatro encontros antes desta amostra, onde foram trabalhados vários conceitos e práticas em relação ao cultivo de plantas medicinais. “Este canteiro medicinal é um passo para trazer a implementação das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), da fitoterapia, das orientações das plantas medicinais e da orientação popular. É um momento para que os profissionais possam trabalhar com seus grupos comunitários junto a sabedoria das plantas medicinais. Hoje, estamos plantando capim cidreira, funcho, babosa, citronela, hortelã, tomilho e orégano, uma variedade de plantas que posteriormente estarão disponíveis nos postos de saúde gratuitamente para toda a população”, comenta Natalia.
Já a professora de medicina da UFSCar, Aline Barreto, acredita que o trabalho com a comunidade é uma forma de transpor o conhecimento das universidades direto para as pessoas. “Quando a gente traz esse referencial dentro da saúde, nós pressupomos que a participação é com a comunidade, e não para a comunidade, então tentamos fazer da forma mais compartilhada possível, tentando traduzir o conhecimento teórico em algo que seja mais prático, de uma forma clara para as pessoas”, finaliza a professora.