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USP/São Carlos deve ampliar área de atuação

18/09/2012 12h48 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
USP/São Carlos deve ampliar área de atuação

No último dia 30 de maio o reitor da USP, João Grandino Rodas, designou os professores Carlos Alberto Ferreira Martins e Eduvaldo Paulo Sichieri aos cargos de diretor e vice-diretor, respectivamente, do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) da USP em São Carlos. Com essa escolha, foi concluída a implantação administrativa do Instituto, criado em 14 de dezembro de 2010. Desde então, o professor Carlos Martins exercia o cargo de diretor pro tempore da unidade.

Na entrevista Martins fala da proposta do IAU em ampliar a atuação da USP em São Carlos para as áreas de Ciências Humanas e Sociais, da implantação do curso de Geografia e da relação que o Instituto mantém com o dia a dia da cidade. Confira:

 

Antigo Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Escola de Engenharia da USP (EESC), o Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) foi alçado à categoria de Instituto em dezembro de 2010. O que essa mudança representa?

 

Carlos Martins: Essa mudança representou, em primeiro lugar, um grau de autonomia administrativa em relação às atividades já desenvolvidas pelo até então Departamento, o que não tínhamos. Definições acadêmicas, programas de pesquisa, cursos de graduação e pós-graduação passaram a ser definidos em âmbito próprio. A transformação em Instituto também significou o reconhecimento de uma maturidade institucional e acadêmica. Embora bem recebido pela EESC desde o início, o Departamento estava deslocado, uma vez que Arquitetura e Urbanismo são áreas do conhecimento distintas da Engenharia. Tanto nacional como internacionalmente a situação de uma escola de Arquitetura dentro de uma escola de Engenharia é um certo ruído institucional.

 

2. O Instituto foi criado com alguma missão específica?

 

Martins: A consolidação do antigo Departamento de Arquitetura e Urbanismo em Instituto integrava o planejamento estratégico feito em 2006 que previa projetos para o decênio 2006-2016. Neste planejamento constava a necessidade de ampliarmos a atuação de USP em São Carlos para a área de Ciências Humanas Sociais. É certo que o campus da USP na Capital concentra todas as áreas do conhecimento e que os campi espalhados pelo Interior são mais especializados. Mas há uma tendência de que alguns dos campi ampliem sua área de ensino. A questão que nos movia era dizer que o campus de São Carlos deveria seguir essa tendência e deixar de ser uma unidade predominantemente voltada às áreas de Exatas e Tecnológicas.

 

Quais cursos poderão ser criados dentro da área de Ciências Humanas e Sociais?

 

Martins: O planejamento estratégico do Instituto prevê, de início, a criação de três novos cursos: Geografia, História e Design. Atualmente estamos com a proposta do curso de Geografia para ser encerrada internamente e encaminhada para aprovação nos conselhos de Graduação e Administração do IAU.

 

E por que Geografia como o primeiro curso da área de Humanas?

 

Martins: Temos hoje no campus um Instituto com atividades de graduação, pós-graduação e pesquisa em Arquitetura e Urbanismo; temos um curso de graduação e pós-graduação em Engenharia Ambiental e também temos núcleos de pesquisas qualificadas com pós-graduação na área de Transportes e Geotecnia. Então se pensarmos a sinergia possível entre Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Ambiental, Transportes, Geotecnia e Geografia, isso nos permite constituir um núcleo que acreditamos ter condições de ser referência em termos de políticas públicas nos âmbitos urbano, territorial e ambiental. Esse, de fato, é o perfil do curso que estamos formando. Embora sediado no IAU, o novo curso de Geografia envolverá disciplinas, docentes e pesquisas das áreas Ambiental, de Transportes e de Geotecnia. A ideia, além da implantação do curso de Geografia, é também pensar nos núcleos de pesquisa nesta área e na criação de uma pós-graduação de caráter profissional em termos de políticas públicas urbanas, territoriais e ambientais.

 

E como está a implantação deste curso?

 

Martins: Temos uma Comissão que vem trabalhando na elaboração deste curso desde março de 2011. A estrutura curricular já está definida e agora estamos fazendo uma revisão final dessa proposta, que deve ser aprovada pelos outros departamentos que participarão do curso [Transportes, Geotecnia e Engenharia Ambiental]. Acredito que em dois meses fecharemos a proposta e daremos o encaminhamento para a Congregação do IAU. Feito isso, ela será encaminhada para o Conselho de Graduação do USP em São Paulo, o que deverá ocorrer até o mês de setembro. Nossa expectativa, caso a proposta seja aprovada, é que as vagas para a primeira turma do curso de Geografia sejam abertas para a primeira turma do vestibular de 2014.

 

Sempre quando uma cidade hospeda uma grande universidade há o anseio de que a comunidade acadêmica participe ativamente da vida da comunidade local. Há uma participação efetiva do Instituto no dia a dia de São Carlos?

 

Martins: Eu diria com bastante tranquilidade que sim e que nós queremos que essa participação seja maior. Desde quando éramos um Departamento temos uma participação muito efetiva de nossos docentes na comunidade, seja diretamente na Administração Municipal (com professores no cargo de secretários municipais), seja pela participação dos docentes nos Conselhos Municipais. Ao longo dos anos essa presença vem resultando em importantes contribuições, do ponto de vista técnico, para a cidade. Hoje estamos presentes nos Conselhos de Educação, Cultura e Patrimônio, além de termos uma participação significativa no Comdusc [os três presidentes que o Conselho já teve são professores do IAU] e um importante papel na elaboração do Plano Diretor do município. Atualmente estamos revendo nosso planejamento estratégico e a questão de uma presença mais forte na cidade é colocada com muita ênfase.  

 

 

Em quais áreas você acredita que o IAU pode intensificar sua participação no dia a dia de São Carlos?

 

Martins: Acredito que podemos ter uma presença mais forte na vida cultural da cidade. Precisamos ampliar a participação que já temos através de alguns projetos de pesquisa desenvolvidos em comunhão com alguns setores da prefeitura, mas devemos também ampliar nossa presença nos meios de divulgação da cidade tanto pra discutir questões de São Carlos quanto para apresentar a Arquitetura. Até mesmo na universidade a contribuição que podemos dar enquanto Instituto é diferente da contribuição que podíamos dar enquanto Departamento. A partir do momento em que somos uma Unidade nós passamos a integrar tanto a Comissão Acadêmica do campus quanto o Conselho Gestor. Temos que dar uma visão de política pública, de trazer uma visão mais global para o campus e para sua relação com a cidade. Um exemplo disso tem sido nossa contribuição para estabelecer os critérios e diretrizes de ocupação das áreas do campus 2 da USP, que é uma questão urbanística na qual nós temos um contribuição muito específica.

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