Vacinação contra gripe projeta reduzir até 45 mil internações
Campanha contra Influenza inicia no dia 12 de abril como informou Ministério da Saúde; São Carlos deverá vacinar mais de 43 mil pessoas
Com o outono chega a temporada da gripe (Influenza) que causa a infecção pela Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Especialistas em pneumologia afirmam que o agravamento da doença poderá pressionar ainda mais o sistema hospitalar do país.
O SRAG é responsável por 45 mil internações no ano no Brasil e afeta com mais frequência crianças e pessoas idosas e que já tenham doenças preexistentes, principalmente as respiratórias como asma. Anualmente, o grupo de risco tem disponível na rede de saúde a vacina contra a gripe.
Este ano a campanha nacional de vacinação contra a gripe tem previsão para começar no dia 12 abril. Os grupos prioritários são bem amplos e, por isso, serão divididos em três etapas. A meta do Ministério da Saúde quer imunizar 79,7 milhões de pessoas.
Em São Carlos, a meta é atingir mais 43 mil pessoas, incluindo a população idosa e os funcionários da área de saúde. Como incluem-se as crianças até 6 anos, gestantes, professores, e trabalhadores da área de transporte, o leque de abrangência ficará maior. A previsão da campanha deve ser para ser encerrada no dia 9 de julho.
Segundo a infectologista Rosana Richtman, quando se fala em 45 mil internações no ano pode parecer um número pequeno diante da dimensão do Brasil. Contudo, estamos passando por uma epidemia muito severa do coronavírus que já está levando a ocupação de leitor de UTI ao limite. “A vacinação é imprescindível para evitar a hospitalização por conta do Influenza”.
A nota técnica do Ministério da Saúde sobre a vacinação da gripe traz o alerta e a preocupação da circulação conjunta do SarsCov2 e do Influenza. Com a vacinação, diz o ministério, reduz-se a carga da doença e previne a hospitalização. Para isto, necessita-se uma adesão da população de risco.
A orientação dos especialistas e do Ministério da Saúde é: quem já tomou a primeira dose da vacina contra o coronavírus deve esperar para receber a segunda dose e depois aguardar no mínimo 14 dias para tomar a vacina contra a gripe.
Os casos de influenza variam de leve a grave e podem levar à morte, dependendo da virulência do vírus circulante no ano.
Os epidemiologistas afirmam que a gravidade da doença é maior quando as cepas do vírus são novas e a população tem pouca ou nenhuma resistência, como ocorreu em 2009. Os especialistas ainda disseram que as medidas de isolamento social e de higienização aplicadas em 2020 ajudaram no controle do vírus da Influenza e de outros vírus respiratórios. Aliado a isto, houve uma maior procura pela vacinação contra a gripe.
Outros países registraram o mesmo fenômeno e a hipótese da causa são as medidas de contenção do coronavírus, indicou o boletim Infogripe da Fundação Oswaldo Cruz. O documento ressalta que com a queda do isolamento e a retomada das atividades sociais o vírus da influenza poderá circular com mais força e provocar um aumento de casos graves da doença.
Especialistas se dizem preocupados com a falta de informação e de poder de mobilização da população sobre a campanha a contra a gripe. Segundo Rosana, até o momento não se ouviu falar sobre a campanha e já está em cima da hora. “Precisamos de uma cobertura que atinja 90% da população de risco que abrange idosos acima de 60 anos, trabalhadores da saúde e crianças até os 6 anos”.
