“As Conchambranças de Quaderna” será apresentada em São Carlos
O Teatro Municipal Dr. Alderico Vieira Perdigão traz para São Carlos a Companhia de Teatro Gt com o espetáculo “As Conchambranças de Quaderna”, obra de Adriano Suassuna e direção de Inêz Viana com apresentações hoje (30) às 20h e amanhã (1º) às 19h30.
O espetáculo já foi visto por mais de 10 mil pessoas e reúne duas peças em uma só, ligadas por um mesmo narrador, Dom Pedro Diniz Quaderna, personagem principal do famoso romance de Suassuna, “A Pedra do Reino”.
O elenco – com Leonardo Brício, Débora Lamm, Juliane Bodini, Ricardo Souzedo, Iano Salomão, Diogo Camargos, Zé Wendel, Junior Dantas e Viviane Câmara – se reúne para contar duas histórias curtas, ambas narradas por Quaderna. A primeira, a saga de duas irmãs prometidas em casamento, onde o noivo de uma delas, no dia do matrimônio, resolve casar-se com a outra. Uma grande confusão. Já na segunda história, uma mulher faz um pacto com o Diabo para que este leve o seu marido infiel e sua amante para o inferno. Quaderna, então, se disfarça de Diabo e revela um final surpreendente, além de criar muitas “conchambranças”.
“Acredito que a mensagem que a peça procura passar para o público está em cada tipo brasileiro que Ariano coloca em cena, que vem do fazendeiro pobre ao fazendeiro rico e poderoso; do pobre que tenta se virar para sobreviver; do padre que representa a igreja e suas crenças; enfim, um panorama nordestino onde os tipos passeiam com muita graça, representando um universo rico e rebuscado com a marca do autor. Se tentasse achar uma moral da história, poderia dizer que os fins justificam os meios, pois é isso que o personagem Quaderna tenta fazer. Ele arruma várias confusões para no final tirar proveito das situações”, diz o ator Leonardo Brício.
O ator ressalta que a peça tem uma comunicação direta com o espectador, onde o retorno é imediato. “O público pode esperar um texto com a genialidade do mestre Suassuna; um elenco bem afinado que gosta e se diverte muito com o espetáculo; uma direção inventiva e supereficiente da Inez Viana; uma direção musical que ajuda a colorir esse espetáculo, além de uma iluminação e cenário que somam ao conjunto de maneira incrivelmente harmoniosa”.
A montagem foi inspirada nos circos e danças populares, na utilização de painéis que correm, trazendo e ocultando personagens, criando assim uma ilusão de magia e um ritmo próprio. “Essas referências estão todas dentro da peça. Se juntarmos a música ao vivo, algumas canções, a alegria dos personagens, as cores, está tudo lá. São referências que estão inseridas nas interpretações dos atores, nas marcações da direção. Referências que são mais entendidas depois que se assiste à peça”, finaliza Leonardo Brício.