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Caminhos das Águas dialoga com comunidades

Curso em parceria entre o MinC, por meio da Sefli, e a UFMT promove sua última ação

04/09/2024 05h57 - Atualizado há 1 mês Publicado por: Redação
Caminhos das Águas dialoga com comunidades Foto: MinC

Pelas águas do Vale do Araguaia, o curso de formação Educação dos sentidos para fazer sentidos e o Laboratório de Elaboração de Projetos chegam a Barra do Garças. A ação, que integra o Projeto Caminhos das Águas do Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria de Formação, Livro e Leitura (Sefli), e da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), será realizada entre os dias 9 e 13 de setembro, no Centro Cultural Valdon Varjão, em Barra do Garças (MT).

O curso tem um total de 40 horas e as aulas são prioritariamente no período noturno, entre 19h e 22h. Entre segunda e quarta-feira também haverá encontros entre 16h e 18h. A ação conta com apoio local do Museu de História Natural do Araguaia (MuHNA), localizado no campus da UFMT, e da Pró-reitoria de Cultura, Extensão e Vivência (Procev).

As inscrições são gratuitas e estão abertas até o dia 6 de setembro e devem ser feitas por meio de formulário eletrônico. Podem se inscrever pessoas de qualquer idade, nível de formação e que tenham como objetivo o desenvolvimento de projetos culturais que valorizem fazeres e saberes artísticos e culturais locais. As vagas são limitadas e a preferência para seu preenchimento é de pessoas indígenas, quilombolas e ribeirinhas.

A lista final dos participantes selecionados será encaminhada aos inscritos pelo e-mail [email protected]. Assim, é importante preencher os dados corretamente e conferir as caixas de entrada e spam periodicamente.

Educação, diversidade e oportunidades

Para o secretário de Formação Cultural, Livro e Leitura, Fabiano Piúba, esse percurso formativo desenvolvido na produção de conteúdos e no desenvolvimento de projetos territoriais fortalece estes territórios com conexões aos seus processos educativos e culturais.

“Nesse caminho, rios, afluentes e chapadas ganharam relevo como territórios vitais do projeto. Eles são o mapa do caminho das águas. Daí a presença em comunidades que estão inseridas nos fluxos de rios e chapadas no território nacional. São territórios importantes para o desenvolvimento desses projetos, distribuídos nas cinco regiões do Brasil, compreendendo também a relação entre cultura e natureza como vitais na educação ambiental e para o desenvolvimento sustentável por meio das artes e das manifestações culturais”, aponta.

O coordenador educativo do projeto, Maurício Virgulino, conta que o curso Caminhos das águas – fortalecendo fazeres e saberes artísticos e culturais já capacitou cerca de nove comunidades dos estados do Pará, Amazonas, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Minas Gerais, Ceará, Paraná e Bahia. “Chegamos à Barra do Garças para encerrar o ciclo de formações que percorreram o Brasil, em cidades distantes de capitais, buscando interiorizar as ações de formação em arte, cultura e educomunicação. Seguindo sempre a proposta de respeitar a realidade local dos participantes, além de conteúdos sobre fazeres e saberes culturais diversos, parte das aulas serão dedicadas à elaboração de projetos culturais para submissão em editais regionais e nacionais futuros”, destacou.

De acordo com o coordenador, as propostas culturais elaboradas pelos cursistas durante o Laboratório de Elaboração de Projetos poderão concorrer a duas premiações, variando cada uma entre R$ 7 mil e R$ 8 mil. “Essas premiações têm como objetivo estimular a realização de ações junto à comunidade local, em Barra do Garças e região, desde que contemplem perspectivas culturais e educativas do Programa Olhos D’água (MinC)”, enfatizou.

O pró-reitor de Cultura, Extensão e Vivência da UFMT, maestro Fabrício Carvalho, falou sobre a grandiosidade do projeto. “Ressalto esse importante processo em que o Ministério da Cultura nos inseriu para levar esse conhecimento por meio dos corixos, dos vales, dos rios brasileiros. Findamos uma etapa desse trabalho, e acho que o balanço é muito positivo por tudo o que pudemos dizer no país todo em termos de formação e inclusão pela educação”, frisou o gestor.

Caminhos que se cruzam

Dentro da esteira do projeto, Fabrício Carvalho falou ainda sobre as atividades artísticas desenvolvidas no estado. “Para nós, em Mato Grosso, foi uma honra muito grande trabalhar em conjunto com o Ministério. Desenvolvemos importantes ações aqui no nosso estado, como a Banda Olhos d’Água, a formação em artes visuais, a formação no canto coral, sempre nas comunidades margeando os rios de Mato Grosso. Vamos agora fazer as avaliações e entregar para a sociedade um grande relatório das ações do projeto, comprovando que investir nas universidades federais é um caminho muito relevante para chegarmos mais perto da sociedade”, reforçou.

Como um parceiro local com forte atuação na região, o membro do Conselho Diretor do MuHNA, Deyvisson Pereira da Costa, destaca aspectos sobre o projeto e sua inserção na região. “O projeto Caminho das Águas, como o próprio nome metaforiza, pretende chegar a lugares onde os artistas e os fazedores de cultura têm mais dificuldade para ter acesso não só a financiamento, mas também a cursos de formação, à capacidade de formarem uma expertise, para poderem disputar editais e fazer intervenções nessas localidades”, explicou o docente.

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