Como preservar os filhos durante a separação?
Quando o divórcio ou a separação é inevitável e o casal possui filhos é preciso que haja cautela ao lidar com os pequenos, que muitas vezes ficam no meio da briga dos pais, o que poderá causar danos dolosos no psicológico da criança. Outra questão é que nesse momento é preciso tomar decisões importantes, como a guarda dos filhos.
“Todo divórcio é complicado, tanto para o casal, como para os filhos que presenciam todas as brigas e discussões do casal até a decisão final de se separar. Atualmente, com o avanço do Código Civil, existe a guarda compartilhada que é um instituto novo, criado para tentar minorar a agressividade do divórcio na vida dos filhos. A guarda compartilhada consiste na possibilidade da prole passar bastante parte de seu dia, semana, mês, como for convencionado entre as partes, com os dois genitores,
na tentativa de diminuir os danos causados pela dissolução familiar.Salientando que neste tipo de guarda deve existir o consenso entre os pais”, afirma a advogada Michelle Francelin.
O psicólogo cognitivo comportamental Flávio Mesquita, alerta sobre como os pais podem lidar com os filhos durante o processo de separação. “Existe um mito de que os pais são obrigados a ficar casados, por causa dos filhos. É melhor lidar com a ideia de que a criança esteja em meio a uma separação saudável, do que no meio de uma relação desgastada e destrutiva, em que há muita instabilidade emocional. Isso mostra para a criança que ela não tem o direito de tomar decisões importantes em prol da sua felicidade, durante sua vida”, explica. “Outra coisa fundamental é tirar qualquer traço de que a criança seja a culpada pela separação. As crianças, principalmente as pequenas, têm uma tendência a sentirem-se culpadas pelas brigas do casal. Por isso cabe aos pais a responsabilidade de explicar o quanto elas são amadas, que o problema é entre eles e que mesmo separados continuarão amando e dando toda atenção a elas”, complementa.
“Os pais jamais devem denegrir a imagem um do outro para os filhos. Nunca colocar em risco o vínculo parental da criança. Uma coisa é o relacionamento do casal que não existe mais, e outra é a ligação que o filho tem com a mãe ou com o pai”, ressalta o psicólogo.