Exposição estimula sensibilidade através dos sentidos
Até o próximo dia 26 de fevereiro, o Sesc São Carlos apresenta a exposição Arte e Acessibilidade: experimentações artísticas para os sentidos.
A mostra é divida em três trabalhos interativos dos artistas: Josely Carvalho, Michel Groisman e Raquel Kogan. Todos eles têm o objetivo de trabalhar os sentidos das pessoas por meio de desenhos coletivos, memórias olfativas e leituras sonoras do corpo.
Sandra Frederici, responsável pela programação de artes visuais do Sesc São Carlos, conta que a ideia de realizar essa exposição já é elaborada dentro das propostas de trabalho do próprio Sesc. “Tínhamos uma proposta de trabalho, que era explorar os sentidos. Depois de visitar algumas exposições e conhecer os trabalhos diferenciados, entrei em contato com os artistas e tudo deu certo”.
Em relação à reposta do público, Sandra afirma que está sendo muito positiva. “Muitas crianças vêm, participam, depois chegam em casa, contam para a família e todos voltam para participar. Além disso, idosos também têm tido bastante interesse, principalmente em deixar o registro de suas experiências, como acontece em uma das partes da exposição. A resposta está muito positiva, acredito que seja também pelo fato dela propor essa interatividade”.
Para a exposição, o Sesc treina uma equipe de educadores para receber e acompanhar os visitantes. “São selecionados e preparados alguns arte educadores para fazer a mediação entre o público e os trabalhos expostos. Essa preparação acontece cerca de 20 dias antes do início da mostra, com encontros, leitura e conversas com os artistas”, diz.
A realizadora afirma que tem partes da exposição que chamam mais a atenção do público. “Ao sentir um cheiro, os visitantes deixam registrado o que esse cheiro o faz lembrar, de algum momento da vida. Os visitantes têm a oportunidade de deixar registrada sua lembrança e isso será utilizado em outra exposição. Essa é, na minha opinião, uma das partes mais bonitas da mostra”, finaliza Sandra.
Trabalhos que compõem a exposição:
DIÁRIO DE CHEIROS: A PASSAGEM (JOSELY CARVALHO): uma instalação multissensorial que explora a memória olfativa por meio da visão, da audição e do olfato, estimulados durante um percurso em meio a galhos de resina de vidro, espelhos, projeção de textos, áudio (sons de cacos de vidro, galhos que se quebram, cantos de pássaros, pisadas na grama e folhas secas) e dispersores de cheiros (sol quente, terra molhada e mar aberto). Ao final, em uma sala com prateleiras e um arquivo, os participantes serão convidados a armazenar suas memórias olfativas em vidros que ficarão expostos no local.
MÁQUINA DE DESENHAR (MICHEL GROISMAN): uma máquina que produz desenhos a partir de movimentos conjuntos dos participantes, transformando em coletiva uma atividade tradicionalmente individual:
“A milênios que o ser humano utiliza o traçado de uma linha para se expressar e criar representações, desde ilustrações na parede de uma caverna até a delicada caligrafia de notas musicais em uma partitura. Depois de séculos e séculos deste exercício individual, como seria transformar o traçar de uma linha em um processo coletivo? Descubra utilizando a Máquina de Desenhar” (texto de apresentação da obra/performance na 29 Bienal de São Paulo).
XYZ (RAQUEL KOGAN) é uma instalação sonora-espacial-temporal que segue regras variáveis coletadas através de dados dos interatores: altura, peso e frequência cardíaca.
Esses dados são transformados em sonoridades sobrepostas. Um momento que depende de nossa existência para acontecer – nosso corpo se transforma em referência, retransmissor de dados; corpos independentes uns dos outros interligados simultaneamente e sonoramente: ser um e vários.
Eu participei e adoreiiiiiiiiiiii…muito legal msm!