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Fotógrafa inova e mostra a beleza de deficientes físicos

11/04/2013 12h52 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Fotógrafa inova e mostra a beleza de deficientes físicos

Tornar-se modelo pode ser o sonho de muitas pessoas. Porém o caminho não é fácil e o mercado é bastante exigente. Imagine se a pessoa for deficiente física e precisar lidar, acima de tudo, com o preconceito da sociedade? Algum tempo atrás essa possibilidade era praticamente impossível, já que não havia profissionais que abrissem as portas nesse ramo. No entanto isso tem mudado.

 

A fotógrafa Kica de Castro superou as barreiras do preconceito e abriu o caminho para pessoas com deficiência. Desde 2007 ela comanda uma agência especializada em trabalhar com modelos com algum tipo de limitação física. Ela fala sobre como é atuar em um meio até então novo para o mercado.

“O foco é o mercado publicitário e o fashion. Juntei todas as experiências para montar a minha empresa em 2007. Além de fotografia, faço o agenciamento do profissional com deficiência. Tenho no casting da agência 80 profissionais qualificados, em território nacional. O processo seletivo não é diferente de um processo seletivo de outras agências para pessoas sem deficiência. Já que falamos em inclusão, e o verdadeiro sentido é ter todo mundo junto, as regras são as mesmas. As pessoas com deficiência precisam estar preparadas para trabalhar nesse mercado”, explica Kica. 

Leia Também: “Superando as dificuldades”

A fotógrafa explica que os interessados passam por uma entrevista e teste para avaliação de perfil profissional e caso a pessoa não esteja preparada, ela recebe orientações de cursos que deve fazer, dentro do perfil. “Por exemplo, têm pessoas que querem ser ator, mas precisam melhorar a questão expressão corporal; elas são orientadas a procurar curso de teatro. Outro exemplo: querem ser modelos fotográficas mais na hora da foto, ficam tímidas diante de uma equipe; nesses casos, o curso de teatro também ajuda”.

Sobre o mercado, ela afirma que o que mais procurado por esses profissionais atualmente é o voltado para a moda. “Muito se fala de moda inclusiva, roupas adaptadas de acordo com cada necessidade. O mercado ainda não tem roupas nesse padrão, o que se tem são estilistas investindo nesse mercado”.

Ela continua. “Para atuar nesse ramo, se exige um desafio diário. Hoje já é possível ver alguns bons resultados quando falamos de pessoas com deficiência sendo referência de beleza, mas ainda não é o ideal. Não é comum ainda ligar a TV e ver anúncios publicitários usando modelos com deficiência. Creio que tudo é uma questão de tempo. Para tudo temos que avaliar os dois lados da moeda. Muitas empresas ainda olham as pessoas com deficiência com certo preconceito, achando que elas não são capazes e por isso, acabam não dando a oportunidade de pelo menos fazer um teste. Por outro lado, algumas pessoas com deficiência, acabam se fazendo de vítimas ou de super-heróis, não é esse o caminho. Todos são iguais nos direitos e deveres”.

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