Grammy 2025 faz homenagem póstuma

Sabrina Legramandi/AE
O Grammy 2025 fez o clássico tributo aos artistas que morreram no último ano e, dentre os homenageados no domingo, 2, esteve Sérgio Mendes. O músico brasileiro, responsável por popularizar a bossa nova internacionalmente, morreu aos 83 anos em setembro.
A homenagem começou com a imagem de Liam Payne, ex-integrante do One Direction que morreu em outubro. O momento teve uma apresentação de Chis Martin, vocalista do Coldplay.
Mendes morreu por insuficiência respiratória. O artista nasceu em Niterói, no Rio de Janeiro, e começou a carreira no início dos anos 1960, estimulado pela bossa nova. Ele ficou conhecido por lançar sua versão para Mas Que Nada, de Jorge Ben Jor, no disco Herp Albert presents Sergio Mendes & Brasil 66, com uma mistura de bossa, jazz e ritmos latinos.
Ao todo, Mendes foi indicado seis vezes ao Grammy, mas ganhou o prêmio apenas em 1992 pelo álbum Brasileiro. O músico também chegou a ser indicado ao Oscar de Melhor Canção Original em 2012 pela canção Real in Rio, tema da Animação Rio, de Carlos Saldanha.
MILTON NASCIMENTO
A cantora Esperanza Spalding, indicada ao prêmio de Melhor Álbum de Jazz Vocal do Grammy ao lado de Milton Nascimento, criticou a premiação por negar um lugar na cerimônia ao cantor brasileiro. “Então, Milton não pôde se sentar nas mesas para a cerimônia deste ano. Isso não me agradou”, escreveu a cantora de jazz em seu perfil no Instagram na madrugada de segunda-feira, 3.
Os dois artistas disputaram a estatueta por seu trabalho em conjunto no álbum Milton + Esperanza. Eles, no entanto, foram derrotados por Samara Joy, responsável pelo disco Portrait. Na postagem, a cantora explicou que não está brava pela derrota, mas sim pelo desrespeito demonstrado pela premiação.
“Estou brava porque essa lenda viva não foi considerada importante o suficiente para sentar entre os principais artistas, ou como quer que as mesas no andar principal sejam organizadas”, comentou. Como forma de protesto, Esperanza trouxe uma grande foto de Milton para o evento. No papel, lia-se: “Essa lenda viva deveria estar sentada aqui!”. Durante a transmissão, foi possível enxergar o cartaz de Esperanza em inúmeras ocasiões
O evento ocorreu em Los Angeles, nos Estados Unidos, na Crypto com Arena. Milton, que está com 82 anos, se deslocou até a cidade californiana para acompanhar a premiação. Ele, que se aposentou dos palcos em 2022, confessou ao The New York Times que esse deve ter sido o seu último álbum.
O cantor brasileiro chegou a ir até a cerimônia, com Esperanza. Um post em seu Instagram mostra o momento do tapete vermelho.
Milton + Esperanza foi lançado em agosto de 2024 pela gravadora americana Concord Music Group. O álbum tem 16 faixas, algumas são canções conhecidas do repertório de Milton, como Cais, parceria dele com Ronaldo Bastos, e Morro Velho, gravada com a participação da Orquestra Ouro Preto. O violonista brasileiro Guinga participa da faixa Saci, composição dele com Paulo César Pinheiro.
Entre os convidados internacionais estão a cantora britânica Lianne La Havas, em Conversando no Bar, e a norte-americana Diane Reeves em Earth Song, canção de Michael Jackson. Paul Simon participa da faixa Um Vento Passou, feita por Milton e Marcio Borges em homenagem ao músico americano, que a canta em português. Os Beatles, uma das grandes referências de Milton, são representados em A Day in the Life.